Diário Digital / Lusa
12-05-2006 12:28:00
O antigo secretário de Estado norte- americano Henry Kissinger afirmou esta sexta-feira esperar que a situação acalme em Timor-Leste, um país que «já sofreu o suficiente».
«Timor-Leste já sofreu o suficiente e lamentaria quaisquer problemas nas Forças Armadas», disse Kissinger, à saída de um encontro no Palácio de Belém, em Lisboa, com o Presidente da República, Cavaco Silva.
Timor-Leste vive um período de tensão provocado por incidentes protagonizados por ex-militares que alegam discriminação por parte da hierarquia das forças armadas.
Os confrontos com as forças da segurança no fim de Abril provocaram cinco mortos e o êxodo para as montanhas, nos primeiros dias, de 70% da população da capital, de acordo com as Nações Unidas.
O último incidente relacionado com a crise político-militar de que há registo verificou-se há cinco dias em Gleno, no distrito de Ermera, e fez um morto e dois feridos.
À saída da «calorosa e amistosa» audiência de cerca de 30 minutos com Cavaco Silva, o antigo secretário de Estado norte-americano comentou ainda a situação no Irão, considerando que a comunidade internacional «tem de impedir» a existência de armas nucleares naquele país, mas «fazendo o possível para impedir qualquer conflito».
«Apesar da retórica, espero que os últimos passos dados pelo Irão possam ser o início de um entendimento com a comunidade internacional», acrescentou.
Kissinger, uma das mais influentes personalidades da política externa norte-americana da década de 1970 (era secretário de Estado da administração de Richard Nixon quando se deu o 25 de Abril de 1974) manifestou também a sua satisfação por ver «como a transição demorou tão pouco tempo» em Portugal.
«Quando se olha hoje para o país parece que a democracia esteve aqui desde sempre», referiu, lembrando os «tempos turbulentos de 1974 e 1975», quando chegou a defender que Portugal estava «perdido» para os comunistas e que isso seria uma «vacina» para outros países como Itália e Espanha.
O ex-secretário de Estado ofereceu a Cavaco Silva uma edição especial do seu livro «Diplomacia».
NOTA DE RODAPÉ:
Diz um dos responsáveis por esse sofrimento...
Não entendo como hoje em dia se continua a valorizar a opinião destas pessoas. Quase me comovo com o olhar triste e empenhado deste 'Pilatos'.
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