Público, 05.04.2007
José Ramos-Horta fez o seu comício no estádio de Díli. Cerca de duas mil pessoas encheram a bancada, mas não o relvado. Houve muitos discursos, além do de Horta e do Presidente da República, Xanana Gusmão, que o apoia, não a euforia da campanha da Fretilin.
Ao lado de um cartaz com uma fotografia do candidato com o Papa, Ramos-Horta falou das suas boas relações com a Igreja Católica e dos seus pergaminhos internacionais, como Nobel da Paz e amigo dos líderes do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional.
No fim, a banda do palco interpretou um tema de rock and roll com letra contando a história de Ramos-Horta. O guitarrista fez um solo à Jimmy Hendrix e muitos jovens vieram para o relvado dançar. Alguns pintaram as caras mas usando apenas tinta, não a imaginação. Alguns têm o cabelo comprido, mas lavado.
É notório que, na sua maioria, os apoiantes em Díli do primeiro-ministro cessante e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros pertencem a classes mais altas. Os pobres estão com Lu Olo, o presidente do Parlamento e candidato do partido Fretilin.
À saída, os camiões das várias campanhas cruzaram-se nas ruas da cidade. As polícias timorense e internacional organizaram um sistema eficaz de segurança, mas registaram-se alguns confrontos, nas imediações da embaixada australiana, perto do Hotel Díli e na zona de Comoro, provocando um total de 19 feridos, um deles grave.
Em Metinaro, num campo de refugiados a 30 quilómetros da capital, 50 apoiantes de José Ramos-Horta terão sido capturados como reféns. À hora de fecho desta edição, a polícia não tinha mais informações sobre este incidente. Paulo Moura, em Díli 50 apoiantes de José Ramos--Horta terão sido capturados como reféns em Metinaro, a 30 quilómetros de Díli, a capital timorense.
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