segunda-feira, abril 23, 2007

"Lu Olo" e Ramos-Horta afinam estratégias para confronto final

Jornal de Notícias, 21/04/07
Por: Orlando Castro

"Lu Olo" e Ramos-Horta afinam estratégias para confronto final

Acampanha eleitoral para a segunda volta das eleições presidenciais em Timor-Leste (dia 9) começou ontem sem visíveis acções de rua, mas com vigorosas negociações nos bastidores e com os dois candidatos, "Lu Olo" e Ramos-Horta, a afinarem estratégias. Enquanto o primeiro se prepara para "uma luta de todos contra um", o segundo quer "entrar nas áreas rurais tradicionalmente afectas à Fretilin".

"Acreditamos, o que já ficou visível no resultado da primeira volta, que os timorenses estão fartos do poder radical da Fretilin", afirmou ao JN um assessor de Ramos-Horta, acrescentando que "o apoio dado ao actual primeiro-ministro por outros candidatos reflecte o sentimento de que a maioria da populção quer mudar".

Outro ponto importante na campanha eleitoral para a segunda volta refere-se "à necessidade de os timorenses compreenderem que Ramos-Horta é quem melhor pode congregar o apoio internacional necessário para a estabilização e desenvolvimento do país".

Ao JN, um assessor de "Lu Olo" referiu que, "como a primeira volta já indiciara, até ao dia 9 o país vai assistir a uma luta de um contra todos".

"Ramos-Horta e os candidatos derrotados que agora o apoiam vão tentar denegrir a nome de 'Lu Olo', dizendo, por exemplo, que ninguém o conhece no estrangerio", afirma um assessor da Fretilin, embora acrescentando "que um presidente da República deve, antes de tudo, ser conhecido dos seus cidadãos".

Política de alianças

Quanto à campanha propriamente dita, afirma que "será feita pela positiva, com propostas concretas de timorenses para timorenses e não para timorenses segundo estratégias, conselhos, dinâmicas e apoios estrangeiros".

Depois de ter conseguido o apoio de Lúcia Lobato e de Xavier do Amaral, ontem foi a vez de Ramos Horta ficar a saber que conta também com Avelino Coelho (8 338 votos na primeira volta) e João Carrascalão (6 928 votos). Manuel Tilman (16 534 votos) e Fernando "Lasama" de Araújo ainda não decidiram quem vão apoiar.

"Lasama", cuja decisão sobre a estratégia a seguir deverá ser tomada amanhã, tem um peso eleitoral considerável. Foi o terceiro classificado com 77 459 votos, menos 10 643 do que Ramos-Horta.

Com uma diferença na primeira volta de 25 564 votos a favor de "Lu Olo", a eleição presidencial poderá ser substancialmente influenciada pela política de alianças, embora a capacidade de mobilização e a correção de erros cometidos na primeira volta também tenham um papel decisivo.

À espera de "Lasama"

Aparentemente sem qualquer discussão externa está o Partido Democrático, de Fernando "Lasama", que reúne amanhã em Bebonuk - bairro de Dili - para analisar o processo eleitoral, decidir uma orientação política par a a segunda volta das presidenciais e começar a preparar as eleições legislativas.

Os 77 459 votos conseguidos na primeira volta fazem de "Lasama" um apetecível aliado para qualquer um dos dois candidatos que passaram à segunda volta (Ramos-Horta e "Lu Olo").

"Um dos pontos do nosso encontro nacional é começar a preparar as eleições legislativas mas vamos também discutir e decidir a nossa posição para a segunda volta das eleições presidenciais", garantiu Fernando "Lasama" de Araújo.

O ex-candidato presidencial explicou também que em cima da mesa estão três caminhos "indicar o voto num dos candidatos, não votar ou dar liberdade de escolha a cada um dos eleitores".

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