(Tradução da Margarida)
Sydney Morning Herald – Quarta-feira, Fevereiro 28, 2007
No início deste mês, uma investigação há muito atrasada à morte dos cinco jornalistas com base na Austrália em Balibo em 1975, o conselho da Coroa anunciou as audições para o primeiro inquérito com natureza judicial ao caso "abertas, públicas e completamente independentes".
Contudo quando o inquérito avançava esta semana para o conhecimento da agência de informações electrónicas da Austrália, a Directoria dos Sinais de Defesa, o tribunal foi encerrado ao público e aos media para longas tiradas de testemunhos chave.
A Vice-Investigadora do Estado, Dorelle Pinch, concordou com estas condições depois do conselho do Governo Federal ter produzido cartas de juramento do chefe da DSD (onde constatava) que a defesa da Austrália ficaria enfraquecida pela revelação das suas "fontes e métodos " – mesmo dessas de 1975. Para seu crédito a Srª Pinch manteve alguma evidência da DSD no domínio público, incluindo o conteúdo de certos sinais interceptados às forças militares Indonésias. Mas o público interessado continuará a perguntar-se se a agência está a revelar tudo o que sabe.
Como foi anotado pelo advogado de uma das famílias enlutadas, tentativas para descobrir o que aconteceu em Balibo encontraram 30 anos de "enganos e encobrimentos" em Canberra. Já estão a aparecer intercepções da DSD que antes não foram produzidos, inquéritos internos do governo. Dois antigos funcionários públicos contaram em detalhe ter visto, quando estavam nos serviços de informações e segurança em 1977 na comissão real de Hope, uma intercepção crítica que parece ter desaparecido. Acham que é totalmente possível que isto tenha desaparecido nalguma “negável” masmorra da DSD. Foram levantadas questões sobre se a DSD amacia algumas intercepções na tradução. A própria agência está pois sob algum escrutíneo.
Isto duplicará o cepticismo público sobre a sua afirmação de que "fontes e métodos " de há 31 anos atrás se mantém segredos vitais para a segurança nacional. O regime de Soeharto já caíu há quase nove anos. É amplamente conhecido, e não menos pela Indonésia, que a DSD pode interceptor sinais de rádio e que tenta abrir códigos estrangeiros. A agência e os seus alvos mudaram para uma idade completamente nova de satélites, comunicações digitais e códigos gerados por computador.
O procedimento legal citado pelo Conselho da Comunidade para audições à porta fechada (é) relacionado com recentes ou continuados casos de terrorismo, nos quais as agências de segurança estão a lutar contra ameaças nos dias presentes, não para a época de informações electrónicas de 1975. Neste caso, o interesse público na justiça aberta deve pesar mais que o nervosismo da DSD. A investigadora devia ter recusado o pedido de segredo da Comunidade e devia ter permitido que juízes federais seniores decidissem da questão se fosse para recurso.
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