Lisboa, 27 Fev (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste pediu domingo ao presidente da Indonésia para ajudar a capturar o major Alfredo Reinado e os seus homens, revela na sua edição de hoje o diário indonésio Jakarta Post.
Segundo aquele diário, José Ramos-Horta pediu também a Susilo Bambang Yudhoyono que, no caso de o major ser capturado em território indonésio, nomeadamente na parte ocidental da ilha, seja entregue às autoridades timorenses.
Citando Dino Patti Djalal, porta-voz da Presidência indonésia, o Jakarta Post indicou que as autoridades locais decidiram encerrar a fronteira com Timor-Leste, mas só depois de um pedido nesse sentido feito por Díli.
A rápida resposta da presidência indonésia foi, segundo o Jakarta Post, "muito bem aceite" pelas autoridades timorenses, que, porém, sublinharam a necessidade de Bambang "ir mais longe" nas suas medidas, entre elas o reforço militar da fronteira entre os dois países.
"Para demonstrar o empenho sério da Indonésia na ajuda ao desenvolvimento do jovem país, o Exército indonésio deve tornar pública uma declaração de que (as autoridades de Jacarta) não vão permitir a entrada no país de fugitivos vindos de Timor-Leste e que vão colaborar totalmente (com Díli) na captura do militar dissidente", escreve o jornal.
Segundo o Jakarta Post, o pedido de Ramos-Horta é "muito natural", dado que os militares rebeldes poderão atravessar a fronteira com a Indonésia.
Frequentemente, cidadãos de Timor-Leste tentam atravessar a fronteira "pelas mais variadas razões", entre elas a procura de alimentos e o evitar retaliações.
"O pedido do primeiro-ministro Ramos-Horta tem subjacente uma mensagem mais séria, sobretudo ao Exército (indonésio). Não é impossível que elementos do próprio Exército, incapazes de aceitar o embaraçosa derrota indonésia na votação que garantiu a independência timorense, em 1999, queiram ainda dar uma lição ao governo de Timor-Leste", escreve o jornal.
"Se os rebeldes atravessaram a fronteira, poderão ser usados para criar problemas ao governo de Ramos-Horta pelos que ainda têm rancor a Timor-Leste", acrescenta o Jakarta Post.
Alfredo Reinado liderou uma sangrenta rebelião em Abril de 2006, após ter retirado ao Exército timorense 600 dos 1.400 efectivos das Forças Armadas.
O incidente desencadeou uma segunda onda de refugiados, após a de 1999, quando soldados indonésios e milícias timorenses "incendiaram" o país após a maioria da população local ter votado pela independência.
O jornal adianta, porém, que é também do "interesse" da Indonésia que Timor-Leste recupere a ordem e segurança.
"A este respeito, ao ajudar Ramos-Horta a capturar Reinado, Bambang estará a cumprir a parte indonésia de todo o processo. Mas, ao mesmo tempo, terá de assegurar que o esforço não seja interpretado como uma tentativa para interferir nos assuntos internos de Timor- Leste", conclui o Jakarta Post.
JSD-Lusa/Fim
O Horta ja devia e ter utilizado o Bang Bang para capturar o Desreinado!
ResponderEliminarZe Cinico