domingo, fevereiro 25, 2007

«Não sou candidato de oposição à Fretilin»

Diário Digital / Lusa 24-02-2007 17:42:00

O primeiro-ministro timorense José Ramos Horta afirmou hoje à agência Lusa que a sua candidatura às eleições presidenciais não é contra a Fretilin.


«Não sou candidato de oposição à Fretilin», afirmou o primeiro-ministro à Lusa na sua primeira entrevista enquanto candidato à presidência.

Ramos Horta lança oficialmente domingo a sua candidatura em Laga, uma aldeia dos arredores de Baucau onde cresceu e viveu entre os 11 e os 17 anos de idade.

Outra das razões porque decidiu apresentar a sua candidatura em Laga prende-se com o facto de ser uma das regiões mais pobres do país.

«É uma candidatura de milhares de timorenses que vêm de muitos partidos, incluindo da Fretilin. Não faço oposição a Fretilin, nunca o fiz e nunca o irei fazer», adiantou.

«Estas eleições deste ano são mais personalizadas porque a comunidade internacional assim como o povo timorense estão muito mais elucidados sobre quem é quem».

O povo, segundo Ramos Horta, são pessoas sabem «que, afinal, o país avança ou recua conforme a qualidade de lideres que tem».

Ramos Horta disse que em 2001 nas eleições para a constituinte, ganhas pela Fretilin, «os timorenses votaram em partidos, em bandeiras e não em caras». Agora, concluiu, «já estão atentos e vão escrutinar um por um os nomes das listas de cada partido».

José Ramos Horta considera-se um candidato livre e independente nas eleições presidenciais. «Felizmente não devo grandes favores a nenhum partido politico. Não estou comprometido com ninguém, apenas com este povo».

Em entrevista à Lusa, o primeiro-ministro timorense disse ainda que decidiu candidatar-se quando regressou de Nova Iorque há uma semana.

«Quando cheguei a Dili fui informado que uma comissão informal já tinha recolhido alguns milhares de assinaturas, sem a minha luz verde».

José Ramos Horta referiu a titulo de exemplo que «só em Baucau num dia recolheram mil assinaturas quando bastavam 100».

O primeiro-ministro sublinha que é um candidato reticente às eleições de 9 de Abril e «não é por recear a campanha e o possível desfecho negativo, pelo contrário».

Diz Ramos Horta: «Devo ser o único líder do mundo em campanha eleitoral desejando vir a ser rejeitado».

José Ramos Horta explica que, no caso de não ser eleito, ficará «de consciência tranquila» uma vez que a sua candidatura «é em primeiro lugar uma questão de consciência». E afirma: «Se eu não me candidatasse seria severamente criticado por muitos timorenses e amigos internacionais na indonésia, na comissão europeia, em Washington, no conselho de segurança e na Austrália».

Frisando que tem vários apoios internacionais José Ramos Horta considera que os dois governos constitucionais de Timor-Leste «beneficiaram de apoios através dos seus contactos pessoais».
Em relação as condições de segurança para a campanha eleitoral, Ramos Horta confirmou à Lusa que a existência de um acordo entre o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, e o major Alfredo Reinado.

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