segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Manifestação contra suspensão do processo de Mari Alkatiri

Público, 09/02/07
Umas 500 pessoas pediram ao Presidente, Xanana Gusmão, que aplique a justiça de "forma transparente"

Centenas de manifestantes protestaram ontem em Díli contra a decisão da justiça timorense de interromper os processos judiciais contra o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri, testemunhou um repórter da AFP. O antigo governante foi acusado de ter armado uma milícia encarregada de matar os seus opositores, durante as graves tensões que desestabilizaram o pequeno país no ano passado.

Os procuradores timorenses decidiram na segunda-feira abandonar os procedimentos contra o Alkatiri, afirmando não dispor de provas suficientes para continuar o seu trabalho.
Cerca de 500 pessoas pediram na rua ao Presidente da República, Xanana Gusmão, de agir no sentido da reabertura dos processos. "A justiça deve aplicar-se de uma forma transparente", pôde ler-se numa bandeirola.

Mari Alkatiri, que foi forçado a demitir-se no dia 26 de Junho de 2006, sob pressão interna e externa, negou ter dado qualquer ordem par armar civis com o objectivo de matar alguns os seus opositores.

Timor-Leste passou por uma onda de grande desestabilização entre Abril e Maio de 2006 na sequência de actos de violência que levaram cerca de 150 mil pessoas a fugirem das suas casas para se refugiarem em campos de emergência.

A tensão, que envolveu polícias e militares contestatários afastados das fileiras, atingiu o cume das próprias instituições.

Neste contexto de crise profunda, Alkatiri foi substituído na chefia do Governo por José Ramos-Horta, Prémio Nobel da Paz e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros.
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