quinta-feira, novembro 09, 2006

A segurança em Timor-Leste mantém-se `Tensa,' diz Ramos-Horta

Bloomberg.com
Por Ed Johnson

Nov. 9 (Bloomberg) – A segurança na capital de Timor-Leste, Dili, mantém-se tensa vários meses depois do desassossego civil que desencadeou o destacamento de tropas internacionais, disse o Primeiro-Ministro José Ramos-Horta.

Gangs de jovens, ``com motives mais criminosos do que políticos,'' estão a crier distúrbios na cidade, disse hoje Ramos-Horta num discurso sobre os seus primeiros 100 dias no gabinete.

``O governo acredita que essas organizações criminosas estão a ser apoiadas por outra gente com objectivos claros, determinados a minar a autoridade do Estado,'' acrescentou.

A violência irrompeu em Timor-Leste, que está localizada a cerca de 500 quilómetros (310 milhas) do norte da Austrália, em Março depois do antigo Primeiro-Ministro Mari Alkatiri ter demitido 600 soldados por terem desertado. Confrontos entre forças de segurança escalaram em lutas entre gangs armadas, matando 37 pessoas e forçando 155,000 pessoas, ou 15 por cento da população, das suas casas. Cerca de 2,500 tropas da Austrália, Nova Zelândia, Portugal e Malásia foram destacadas para restaurar a ordemr.

Um relatório da ONU publicado em 17 de Outubro culpou o governo de Alkatiri por muito do desassossego e disse que dois membros do seu gabinete tinham distribuído ilegalmente armas a civis.

``Os momentos piores passaram,'' disse Ramos-Horta, que se tornou primeiro-ministro em Julho depois da resignação de Alkatiri. A segurança na maior parte do país ``evoluíu de forma muito positiva,'' acrescentou, de acordo com a transcrição do seu discurso enviado do seu Gabinete por e-mail.

Campos de deslocados

Cerca de 70,000 pessoas continuam a viver em campos de deslocados no campo, enquanto que o número de pessoas nos campos em Dili caiu de 65,000 para 23,000, disse o primeiro-ministro.

Ramos-Horta, um vencedor do Nobel da Paz, disse que pedirá ao parlamento para ratificar um tratado com a Austrália que divide as royalties da Woodside Petroleum Ltd do campo de gás Sunrise no Mar de Timor. O acordo providenciará rendimentos de cerca de $4 biliões durante a vida do projecto.

``Este tratado serve os melhores interesses dos nossos países e uma vez ratificado permitirá o desenvolvimento da Greater Sunrise, os recursos da qual garantirão a independência económica e a prosperidade nacional,'' acrescentou.

O país de cerca de 1 milhão de pessoas votou pela independência em 1999 depois duma ocupação de 24 anos pela Indonésia e tornou-se independente em Maio de 2002.

A ONU tem estado a operar em Timor-Leste desde 1999, e está a ajudar a organizar as eleições agendadas para o próximo ano. O Conselho de Segurança da ONU em Agosto aprovou por unanimidade uma nova missão de manutenção da paz para Timor-Leste com 1,608 polícias.

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