sábado, setembro 23, 2006

Ramos Horta admite pedir reforço do contingente da GNR portuguesa

Notícias Lusófonas
22.09.2006

O primeiro-ministro timorense, José Ramos Horta, admitiu hoje a possibilidade de pedir o reforço da presença do contingente da GNR portuguesa, se o Conselho de Segurança da ONU não enviar tropas para Timor-Leste.

Em declarações à Rádio Renascença, Ramos Horta adiantou que, caso as Nações Unidas optem por não enviar soldados para Timor-Leste, o seu Governo poderá pedir a duplicação dos elementos da GNR no país, garantindo desde já o apoio da Austrália a esta pretensão.

A possibilidade de duplicação dos actuais 127 elementos do Grupo de Operações Especiais da GNR deverá ser tema de discussão entre Ramos Horta e o ministro da Administração Interna português, quando este visitar Timor-Leste na próxima semana.

A Agência Lusa contactou o gabinete de António Costa para saber da reacção do Governo português a essa hipótese, mas uma fonte do seu gabinete limitou-se a dizer que, nesta altura, "não há qualquer declaração a fazer sobre o assunto".

O ministro António Costa chegará a Díli na quarta-feira para uma visita de três dias às forças da GNR e da PSP actualmente em Timor- Leste.

António Costa será acompanhado pelo comandante-geral da GNR, general Mourato Nunes, e pelo director nacional da PSP, Orlando Romano.

Além de uma reunião com o primeiro-ministro, José Ramos Horta, o ministro português deverá encontrar-se com o Presidente timorense, Xanana Gusmão.

O Conselho de Segurança da ONU vai discutir no final de Outubro a situação timorense e nessa altura deverá decidir se envia ou não uma missão militar para Timor-Leste.

Na sua resolução 1704, aprovada a 25 de Agosto, o Conselho de Segurança estabeleceu uma missão de acompanhamento, a Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT) por um período inicial de seis meses e que inclui até 1608 agentes policiais e 34 militares de ligação e administrativos.

A possibilidade de rever a quantidade de militares e a natureza da missão é contemplada no texto da resolução que pede ao secretário-geral que faça chegar as suas recomendações ao Conselho de Segurança até 25 de Outubro.

O até agora representante especial do secretário-geral da ONU em Timor-Leste, o japonês Sukehiro Hasegawa, disse hoje, pouco antes de deixar aquele país, que a situação de segurança em Díli é "muito frágil e volátil".

"O Conselho de Segurança decidiu na sua resolução 1704 estabelecer uma nova missão, a qual, considero, tem a oportunidade de dar um contributo significativo para reconstruir esta sociedade, algo fracturada", explicou o diplomata japonês na sua última conferência de imprensa na capital timorense.

Em Maio, as autoridades timorenses pediram a intervenção de uma força policial e militar a Portugal, Austrália, Nova Zelândia e Malásia para pôr termo à violência no país, que provocou três dezenas de mortos e cerca de 180 mil deslocados.

Os efectivos da GNR e da polícia malaia presentes em Timor- Leste passaram a integrar a força policial da ONU, sob comando do comissário português Antero Lopes, nos termos da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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