Díli, 24 Jul (Lusa) - O primeiro-ministro timorense deixou hoje Díli com destino na Jacarta, Indonésia, a primeira deslocação ao estrangeiro como chefe do governo, de onde segue para Kuala Lumpur, Malásia, onde apresentará o pedido formal de adesão de Timor-Leste à ASEAN.
José Ramos-Horta foi empossado primeiro-ministro no passado dia 10.
A apresentação formal do pedido de adesão à Associação das Nações do Sudeste Asiático, um processo que deverá prolongar-se pelo menos cinco anos, será feita no decorrer da 13ª Conferência Ministerial do Fórum Regional da ASEAN (AFR), de que Timor-Leste é já membro desde 29 de Julho de 2005.
O ARF é um organismo formado há 11 anos com o objectivo de consolidar a cooperação regional, a estabilidade e a paz entre os 10 países que integram a ASEAN e outros 14 membros (Austrália, Canadá, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Estados Unidos, Índia, Japão, Mongólia, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Paquistão, Rússia e a União Europeia).
Integram a ASEAN a Birmânia, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname.
No plano regional, Timor-Leste integra já o espaço de concertação Diálogo do Sudoeste do Pacífico, de que fazem parte a Austrália, Filipinas, Indonésia, Nova Zelândia e a Papua Nova Guiné, e tem o estatuto de observador no Fórum das Ilhas do Pacífico.
Antes de Kuala Lumpur, Ramos-Horta será recebido terça-feira em Jacarta pelo presidente Susilo Bambang Yudhoyono, com quem concertará decisões relativas à cooperação bilateral.
Estão neste caso os acertos finais para a conclusão, em Agosto, do documento que formaliza a demarcação na totalidade da fronteira terrestre comum, completados que estão 99 por cento dessa linha divisória.
Na delegação timorense que se desloca a Jacarta figura o ministro dos Recursos Naturais e Política Energética, José Teixeira, enquanto o chefe da diplomacia, José Luís Guterres, que seguiu domingo para a Malásia, apenas integrará a comitiva em Kuala Lumpur.
EL.
Timor-Leste: Termina prazo entrega voluntária armas, detidos timorenses armados
ResponderEliminarDíli, 24 Jul (Lusa) - O prazo estabelecido para a entrega voluntária de armas terminou hoje em Díli e a partir de agora todos os timorenses que forem surpreendidos com armamento serão detidos, disse à Agência Lusa o comandante das tropas australianas, brigadeiro Mick Slater.
O oficial, que estava acompanhado do comandante Steve Lancaster, responsável da polícia australiana, apresentado como coordenador dos cerca de 600 efectivos policiais internacionais - entre os quais os 126 portugueses da Guarda Nacional Republicana -, acrescentou que só hoje foram recolhidas mais 50 armas.
Entre o material militar entregue voluntariamente, a maior pare do qual estava nas mãos de agentes da Polícia Nacional, figuravam uma "shotgun", nove armas automáticas e 43 pistolas, além de granadas e muitas munições.
A partir de agora, e durante 10 dias, as forças internacionais, militares e policias da Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal, estacionadas em Timor-Leste, vão conferir os registos das mais de mil armas recolhidas desde o final de Maio e das que anda se encontram nos armeiros da Polícia Nacional para conferir o número exacto e tipo de armamento ainda em mãos desconhecidas.
No fim deste período, os cerca de 600 efectivos da polícia internacional alargarão o período de patrulhamento e de controlo da ordem pública durante as 24 horas do dia.
Actualmente, essas patrulhas são efectuadas entre as 07:00 e as 23:00 e fora deste período, os casos que careçam de intervenção policial, são avaliados em função das necessidades a partir das três esquadras criadas, Comoro, Díli Central e Bécora, onde a gestão dos incidentes reportados são alvo de triagem no comando de coordenação, com representantes dos cerca de 600 efectivos policiais internacionais actualmente presentes em Timor-Leste: Austrália (200 efectivos), Malásia (250), Nova Zelândia (30) e Portugal (126).
Um processo idêntico de registo e controlo de armas, designadamente as distribuídas às Falintil-Forças de Defesa de Timor- Leste, foi bem sucedido há semanas atrás, tendo sido referenciada unicamente a falta de "menos de uma dúzia de armas", disse o brigadeiro Slater à Lusa.
A recolha de armas nas mãos de civis, e o controlo do armamento distribuído à Polícia Nacional e forças armadas timorenses iniciou-se em Junho, na sequência de uma declaração do Presidente Xanana Gusmão ao país a 30 de Maio, quando chamou a si o controlo das áreas da Defesa e Segurança e enunciou um conjunto de medidas de emergência para pôr termo à crise político-militar no país.
A crise iniciou-se com a deserção de um terço do exército por alegada discriminação da hierarquia e conduziu à desintegração da Polícia Nacional, a divisões no seio das forças armadas, e a actos de violência protagonizados por grupos rivais de civis.
Com a chegada de forças militares e policiais estrangeiras, da Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal, a situação melhorou progressivamente, mas o saldo negativo da instabilidade é dado pelos cerca de 30 mortos registados e mais de 150 mil pessoas deslocadas em campos de acolhimento, a maior parte dos quais em Díli.
No plano institucional, o então primeiro-ministro Mari Alkatiri pediu a demissão do cargo, a 26 de Junho, na sequência de um "braço de ferro" com o Presidente Xanana Gusmão, tendo sido substituído na chefia do governo por José Ramos-Horta.
EL.
Lusa/Fim
Será que Xanana ainda se lembra das medidas de emergência decretadas?
ResponderEliminarquero mesmo ver essas pessoas a serem detidas....espero que nao seja so papo...
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