Tradução:
The Dominion Post
Os porquês da dor de Timor
16 Junho 2006
por CHRIS TROTTER
Porque é que Timor-Leste explodiu? Entre as imagens fortes dos edifícios a arder e dos cidadãos a chorar, apesar da presença tranquilizadora dos helicópteros Hercules, dos veículos blindados e dos heróicos soldados Kiwi em patrulha, é o "porquê" de Timor-Leste que ainda não foi explicado satisfatoriamente.
Houve um tempo quando os jornalistas da Austrália e Nova Zelândia teriam arriscado as suas vidas para nos responder a esta questão. Os que têm idade para lembrar tais coisas lembram-se de cinco jornalistas (dois Britânicos, dois Australianos e um da Nova Zelândia) que foram mortos na véspera da invasão de Timor-Leste em 1975.
Somente para honrar o seu sacrifício e prevenir que outra gritaria de mentiras sejam atiradas à cara desta pequena, traumatizada nação, podia-se esperar que os media noticiosos Australianos tivessem tentado um pouco mais pela verdade.
Porquê, por exemplo, nos estão a dizer que os problemas começaram somente quando cerca de metade das forças de defesa de Timor-Leste decidiram fazer “acção industrial”? Como um velho sindicalista, tenho tendência a usar a palavra mais honesta “greve” em vez do termo bastante pusilânime "acção industrial ".
Então façamos isso: digamos que metade das forças armadas de Timor-Leste fizeram greve. Isso não lhe soa um tanto estranho?
Devia. Porque os soldados não fazem greve. Quando os soldados recusam seguir ordens dos seus superiores, eles “amotinam-se”.
Portanto, e com todas as letras: os problemas em Timor-Leste começaram quando metade das suas forças armadas se amotinaram.
Agora, umas forças armadas amotinadas é uma coisa extremamente séria, e as punições para os participantes geralmente são condignas. Historicamente, as tropas levantam-se em rebelião somente como um último, muitas vezes fútil, protesto contra condições horrendas e ordens suicidas. É por isso que as primeiras vítimas de tais motins são quase sempre os oficiais comandantes das tropas.
É isto que aconteceu em Timor-Leste?
Bem, não. Este motim foi liderado por oficiais seniores. As suas queixas? Que alguns deles tinham sido ultrapassados nas promoções. Huh? Se pensa que isso lhe soa a política, então tem absolutamente razão.
O motim nas forças de defesa de Timor-Leste cresceu do agudo antagonismo que continua a crescer entre os combatentes da resistência que activamente combateram os ocupantes indonésios no leste do país, e os que colaboraram com eles no oeste.
O que era isso, portanto – um motim ou uma revolta militar? Vejamos o que conta Maryann Keady, uma produtora de rádio Australiana que tem relatado de Dili desde 2002.
"Cheguei a Dili logo quando os primeiros distúrbios rebentaram em 28 de Abril deste ano, e como testemunha na frente do desassossego, os muito jovens soldados pareciam ter ajuda do exterior – acreditados serem políticos locais e `estrangeiros'.
"A maioria dos observadores citaram a habilidade dos soldados dissidentes de irem de um grupo barulhento desarmado para centenas que brandiam paus e armas o que aumentou as suspeitas dos locais que este não era um protesto `orgânico'."
Portanto, temos um levantamento militar, orquestrado por figuras políticas locais e ajudado por estrangeiros. Sem surpresa, o Governo de Timor-Leste mexeu-se veloz e implacavelmente para suprimir a revolta.
Soldados dispararam sobre soldados. Alguns foram mortos. Mas, apesar das ordens para abrir fogo sobre os rebeldes amotinados terem vindo dos comandantes das forças de defesa de Timor-Leste, foi o Primeiro Ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri, quem acabou por ser acusado.
Agora parece claro que a revolta militar tinha um propósito e um alvo: a destituição do primeiro ministro.
Em 7 de Maio, Mr Alkatiri fez um discurso em que descreveu o que estava a acontecer no seu país como um "golpe". Quando ela relatou isso para a ABC, perguntaram a Ms Keady se tinha feito a tradução errada.
Ela não tinha. Em 31 de Maio, Ms Keady escreveu: "Há três anos, escrevi um texto em que mencionava tentativas para correr com o Primeiro Ministro Mari Alkatiri em Timor-Leste, então uma nova, lutadora, independente nação. Escrevi que acreditava que os USA e a Austrália estavam determinados a correr com o líder de Timor-Leste, devido à sua postura dura no gás e no petróleo, a sua determinação para não aceitar empréstimos internacionais e o seu desejo de ver o amigo dos Australianos, o Presidente Xanana Gusmão tomar o poder.
Petróleo e gás?
Oh, desculpem, esqueci-me de mencionar os $30 biliões de petróleo e de gás que estão debaixo do Mar de Timor – e a controversa reivindicação Australiana para ficar com a parte de leão?
Governos Ocidentais de direita têm derrubado líderes de esquerda do Terceiro Mundo por muito menos.
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Esperemos que na próxima quarta-feira, data de aniversário de Xanana, o Presidente possa dar uma boa prenda aos timorenses, denunciando a vergonha que tem sido a presença australiana em Timor e desarmando por completo os amotinados. E que comece a pensar a sério em quem patrocina estes movimentos...
ResponderEliminarAEF, Pantalassa
Os meus parabéns antecipados ao senhor Presidente, Comandante Xanana Gusmão!
ResponderEliminarQUEREMOS CONHECER A MARGARIDA!!
ResponderEliminarMargarida, quem és tu? Onde estás?
Leitores deste blog exigem que te dês a conhecer.
QUEREMOS CONHECER A MARGARIDA, já!
Sou uma portuguesa que em miúda viveu em Angola e estou em casa porque tive ponte.
ResponderEliminarPOis... ai ai menina margarida n fala daquilo que voce nao sabe
ResponderEliminarTangas! mas devo dizer que a menina margarida esta a fazer um trabalho em defesa do papa.
ResponderEliminarcorrecao: um bom trabalho em defesa do papa.
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