"Tanques vão, tanques vêm, madrugada afora.... na linha do mar há calma de qualquer maré, nos pés das montanhas há luz quente a arder.
vejo tantos soldados e decido não escrever sobre a guerra.
meus olhos ardem da fumaça da desilusão. mexo os dedos nas imagens que insistem em ficar na minha alma que aqui, lusitanamente, eu chamo de ecrã.
Ouço risos e medos encravados no meio destas montanhas cheias de sol do dia sempre a nascer. tem o menino que chora, o homem que se desespera, a mulher que enlouquece. todos resistem, juntos.
a loucura é amiga da dor, e tantos jovens Neros, com suas catanas, não tem fita métrica e não sabe usar dosador.
Pois tirem daqui esses homens soldados que apenas olham o triste sentir de um timor que quer abrir a boca do crocodilo e falar a verdade sem pudor. desamarrem o crocodilo, deixem-no conhecer seu mar, ignorem o rico fundo negro, mandem a fumaça arder sob outro sol, sob outros verdes interesses quiças escusos, los ka lae!
Dame"
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