"Compreendo sinceramente os professores que querem sair. Mas compreendo também os que desejam ficar. Ambas as vontades são legítimas.Não compreendi foi a decisão, desmentida depois, do nosso Governo dar ordem de retirada a todos, quando, pelas notícias que chegaram de lá, a segurança e a vida dos nossos professores não estava em risco.
Se estivessem não haveria alternativa por muito que a saída doesse a Timor.Mas nas presentes circunstâncias obrigar a regressar aqueles que desejam lá ficar, porque esperam poder ainda fazer algo, porque esperam poder dar um sinal de esperança para todos os timorenses que com eles conviveram dia após dia nas salas de aulas, nos mercados, nas mikrolets, nos restaurantes, nos pequenos negócios aqui e ali, por solidariedade enfim com um povo a quem Portugal já traiu demais. História antiga eu sei. Mas que não se repita.
Os timorenses gostam de nós. Confiam em nós. Abandoná-los, numa decisão política genérica, sem razão verdadeiramente válida, para mim configura-se como nova traição.No meu íntimo ontem houve um desejo, apaixonado admito que sim, mas, até ao desmentido, a minha vontade foi pegar num avião e voar para lá. Para que sintam os timorenses, pelo menos os que eu conheço, que eu não os abandonei.
Ainda bem que a razoabilidade dos nossos governantes venceu, de acordo com o bom exemplo dado pelo Prof. Freitas do Amaral. Lukutassi "
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