terça-feira, maio 30, 2006

"Solução de unidade" deverá ser anunciada 3ª feira...

Lisboa, 29 Mai (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral, afirmou hoje ter "informações fidedignas" sobre uma "solução de unidade" a anunciar terça-feira pela liderança timorense, mas lembrou que Portugal continua a ter disponíveis meios para evacuação, "se for necessário".

à chegada ao aeroporto de Figo Maduro, proveniente de Espanha, Freitas do Amaral disse aos jornalistas que "a situação política entre os órgão superiores do Estado timorense evoluiu bem" e afirmou que "é provável que amanhã o Presidente Xanana Gusmão possa anunciar uma solução de unidade", que passará "eventualmente por uma remodelação do Governo de Timor-Leste".

O ministro ressalvou que "nas ruas a situação não está totalmente normalizada, mas está melhor do que nos últimos dias".

Portugal tem meios de transporte "perto de Timor-Leste para uma eventual evacuação dos cidadãos portugueses" e esses meios "vão continuar afectos a esse fim, mas não houve ordem ou declaração de evacuação por parte do estado português", afirmou.

"Não faria sentido decretar a evacuação geral dos portugueses ou em especial dos professores", afirmou o ministro, declarando-se bastante satisfeito com a perspectiva de uma solução negociada e em paz para a insegurança que se vive em Timor.

"Era essencial que os órgãos de soberania dessem um exemplo de unidade", defendeu.

Questionado sobre uma ordem de evacuação que terá partido da embaixada portuguesa em Timor-Leste, Freitas do Amaral afirmou que "alguém interpretou mal instruções que recebeu" e terá declarado aos professores "que iam partir numa retirada organizada pelo Governo português".

Negando "falta de sintonia" entre a diplomacia portuguesa em Lisboa e Díli, Freitas do Amaral disse lamentar o sucedido e anunciou a abertura de um inquérito no Ministério.

Freitas do Amaral frisou que os professores portugueses em Timor-Leste foram "autorizados a sair com o bilhete de regresso" que levaram quando foram dar aulas no território, mas "fá-lo-ão a título individual, com o bilhete pago pelo Estado".

O ministro adiantou que houve já portugueses que pediram para sair de Timor-Leste, através de um pedido à embaixada, que forneceu protecção dos elementos do Grupo de Operações Especiais da PSP até ao aeroporto.
Questionado ainda sobre críticas dirigidas pelo primeiro- ministro australiano, John Howard, à liderança timorense, o chefe da diplomacia portuguesa afirmou que foram "inconvenientes".

"Não são declarações correctas nem ajudam a restabelecer a ordem pública e resolver o problema do amotinamento de seiscentos militares expulsos das Forças Armadas timorenses", argumentou.

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