Díli, 11 Dez (Lusa) - Ali Alatas, que hoje morreu num hospital de Singapura, “foi o melhor ministro dos Negócios Estrangeiros que a Indonésia teve”, afirmou em Díli à Agência Lusa o ex-governador sob a ocupação, Mário Viegas Carrascalão.
“Era um ministro muito completo, muito prudente mas muito exacto”, afirmou Mário Viegas Carrascalão sobre o ex-chefe da diplomacia indonésia, com quem trabalhou quatro anos, no final da década de 1980.
Sobre a relação de Ali Alatas com Timor-Leste, que a Indonésia ocupou entre 1975 e 1999, Mário Viegas Carrascalão diz que “a posição de Ali Alatas nunca ficou clara”.
“Nunca tive a certeza do que era realmente a sua posição, porque uma coisa era o que Alatas declarava em público e outra aquilo que dizia em privado”, comentou Mário Viegas Carrascalão.
“Alatas tinha que agradar ao Presidente Suharto, de quem dependia para continuar no cargo. Mas ele sabia que a ocupação de Timor era uma pedra no sapato da política externa indonésia”, explicou o ex-governador.
“Mesmo no Movimento dos Não-Alinhados, onde Ali Alatas era muito respeitado, a ocupação de Timor-Leste impedia o apoio às suas ambições ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas”, disse ainda Mário Viegas Carrascalão.
Ali Alatas morreu aos 76 anos, uma semana após ter sofrido um ataque cardíaco.
Foi o chefe da diplomacia indonésia de 1988 a 1999. Mais tarde, Ali Alatas foi nomeado representante permanente nas Nações Unidas e, mais recentemente, era conselheiro do Presidente Susilo Bambang Yudhoyono.
PRM.
Lusa/fim
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