segunda-feira, outubro 13, 2008

Ramos Horta pede à ONU que pare investigação sobre violência após o referendo de 1999

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, disse hoje que quer que as Nações Unidas parem a sua investigação ao derramamento de sangue que se seguiu ao referendo à independência do país da Indonésia, em 1999.

Líderes de Timor-Leste e da Indonésia disseram em Julho que o assunto estava encerrado, depois de terem expressado arrependimento, na sequência das descobertas feitas por uma comissão da verdade conjunta que culpou a segurança indonésia e forças civis por "violação grosseira dos direitos humanos".

Mas as Nações Unidas, que boicotaram a comissão da verdade, disseram que continuarão a apoiar acusações, através da sua Unidade de Crime Grave, criada especificamente para apoiar o gabinete do procurador público timorense na investigação de actos de violência que, segundo a ONU, levaram à morte de mais de mil pessoas em Timor-Leste.

"Como chefe do Estado, não autorizo nem permito a investigação da ONU aos crimes de 1999. A nossa posição é de manutenção de bons laços com a Indonésia", disse Ramos-Horta à Reuters durante uma visita a Soibada, a cerca de 100 km de Díli, a capital do país.

Vários oficiais militares indonésios foram julgados em tribunais de direitos humanos da Indonésia após a violência de 1999, mas nenhum foi condenado.

A antiga colónia portuguesa de Timor-Leste foi invadida pela Indonésia em 1975 e tornou-se independente em 2002, na sequência de um referendo, envolto em violência, organizado pela ONU em 1999.

Reuters

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