sábado, maio 17, 2008

Timor-Leste deu à CPLP "a extensão ao Pacífico", diz ministro da Defesa português

Díli, 16 Mai (Lusa) - O ministro da Defesa português, Nuno Severiano Teixeira, afirmou hoje em Díli que "Timor-Leste deu à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) aquilo que mais nenhum membro pode oferecer, a extensão ao Pacífico".

Nuno Severiano Teixeira chegou hoje a Díli para participar, este fim-de-semana, na X reunião dos ministros da Defesa da CPLP.

"Esta presença aqui é também um sinal de confiança e de consolidação nos valores democráticos, respeito pelos direitos humanos e desenvolvimento, as duas faces da mesma moeda", declarou Nuno Severiano Teixeira após um encontro da delegação da CPLP com o primeiro-ministro e ministro da Defesa timorense, Xanana Gusmão.

Nuno Severiano Teixeira teve também uma reunião bilateral com Xanana Gusmão, em que reafirmou o compromisso português na continuação dos programas da Cooperação Militar com Timor-Leste, o apoio às estruturas superiores das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), incluindo leis orgânicas e outros diplomas, além da formação de militares.

Ao abrigo de um programa da Cooperação Militar, Portugal ofereceu a Timor-Leste duas lanchas, que regressaram à actividade no início do ano depois de uma renovação total em estaleiros indonésios.

O apoio à Componente Naval das F-FDTL permitiu também a recuperação da Base Naval de Hera, a leste de Díli.

O Exército português teve uma presença discreta mas decisiva no comando conjunto da operação "Halibur" de captura do grupo responsável pelos ataques de 11 de Fevereiro contra o chefe de Estado e o primeiro-ministro.

"É reconhecido que três oficiais, sem apoio praticamente nenhum, conseguem desenvolver mais trabalho e obter mais relevância e reconhecimento das estruturas timorenses do que outras organizações com dezenas de cooperantes e com meios financeiros incomparáveis", afirmou recentemente à agência Lusa o tenente-coronel António Martins.

São apenas três os oficiais que asseguram as actividades de formação das F-FDTL, o chamado Projecto número 3, que, em oito anos, já envolveu 34 oficiais e 30 sargentos em quatro processos de recrutamento.

Em colaboração com a embaixada de Portugal, a Cooperação Militar assegura também cursos de Língua Portuguesa, com a consolidação de uma escola de português no Centro de Instrução Nicolau Lobato, em Metinaro, a leste da capital.

Antes do encontro com o chefe de Governo, a delegação de ministros da Defesa da CPLP assistiu a uma apresentação do brigadeiro-general Taur Matan Ruak, chefe do Estado-Maior-general das F-FDTL.

Os ministros e titulares da Defesa da CPLP visitaram também hoje o Parlamento Nacional timorense, onde foram recebidos pelo respectivo presidente, Fernando "La Sama" de Araújo.

A reunião ministerial da Defesa acontecerá sábado e domingo, com a assinatura da Declaração de Díli.

O ponto central do documento, por proposta portuguesa, é a aprovação do conceito de centros de formação de formadores militares, chamados Centros de Excelência, em diferentes países da CPLP.


PRM
Lusa/fim

Sem comentários:

Enviar um comentário