Díli, 08 Abr (Lusa) - O Presidente da República timorense, José Ramos-Horta, admitiu a hipótese de não completar o mandato, em declarações a um jornal australiano.
"Vou dirigir-me ao Parlamento quando voltar e não vou prometer que completarei o mandato até ao fim", afirmou José Ramos-Horta numa entrevista ao jornal "The Australian".
O chefe de Estado timorense ressalvou que seria "muito duro" tomar essa decisão.
"Pessoalmente, no entanto, eu gostaria de ser um simples cidadão e escrever o meu livro sem preocupações", declarou também o Presidente da República.
José Ramos-Horta, atingido a tiro no ataque à sua residência em Díli, a 11 de Fevereiro, continua em Darwin, Austrália, a sua recuperação.
A data do regresso do Presidente da República a Díli não foi anunciada oficialmente, mas os órgãos de Estado e as forças de segurança "trabalham com base na data indicativa de 17 de Abril", afirmaram à agência Lusa fontes oficiais.
José Ramos-Horta afirma na entrevista a "The Australian", no seguimento de muitas declarações nesse sentido, que "não precisa de ser Presidente" e que se candidatou contrariado.
O chefe de Estado sublinha também que a crise após o 11 de Fevereiro permitiu constatar que o Presidente interino, Fernando "La Sama" de Araújo, "passou um teste crucial".
"Todos o aplaudem. Eu fico mais tranquilo porque agora sei que, se pedir a demissão, há um ou dois que podem ocupar o cargo", concluiu José Ramos-Horta.
PRM
Lusa/fim
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