Díli, 08 Abr (Lusa) - José Ramos-Horta esclareceu hoje através da televisão timorense que não tenciona demitir-se do cargo de Presidente da República de Timor-Leste.
"Não disse que vou, nem vou resignar" ao cargo, declarou o chefe de Estado no noticiário da noite da TVTL, que colocou em emissão o Presidente falando por telefone a partir de Darwin, Austrália.
"Vou voltar a Timor-Leste e assumir de novo as responsabilidades como Presidente", afirmou José Ramos-Horta, primeiro no noticiário em língua tétum e mais tarde no noticiário em língua portuguesa.
"Se decidir resignar, em primeiro lugar vou falar com os senhores bispos e com o povo timorense", adiantou ainda José Ramos-Horta.
O esclarecimento na televisão timorense aconteceu no dia em que o jornal The Australian publicou uma entrevista com o Presidente timorense, com o título "Ramos Horta sugere demissão" e que começa com a frase "José Ramos Horta está farto".
"Vou dirigir-me ao Parlamento quando voltar e não vou prometer que completarei o mandato até ao fim", disse José Ramos-Horta ao jornal australiano.
"Pessoalmente, no entanto, eu gostaria de ser um simples cidadão e escrever o meu livro sem preocupações", declarou também o Presidente timorense.
Na televisão timorense, no final de um dia marcado pela "notícia" da eventual demissão do Presidente, José Ramos-Horta aludiu a "especulação" e referiu que o conteúdo da entrevista, embora exacto, foi "usado em segunda mão por algumas agências internacionais".
Também o porta-voz do Presidente timorense, Joel Pereira, corrigiu, em declarações à imprensa em Darwin, a interpretação das palavras de José Ramos-Horta.
No telejornal da TVTL, o Presidente defendeu também a "rendição imediata e sem condições" do ex-tenente Gastão Salsinha, procurado pelas autoridades na sequência dos ataques de 11 de Fevereiro.
"Salsinha não estava acusado de nada (antes de 11 de Fevereiro). Agora é acusado de ser cúmplice directo ou indirecto de dois atentados. Um atentado contra a minha pessoa e outro atentado contra o primeiro-ministro", referiu o Presidente da República.
"São acusações muito graves. Salsinha deve entregar-se de imediato para ter oportunidade de se defender em tribunal", sublinhou José Ramos-Horta.
O Presidente timorense disse também que espera de Gastão Salsinha que explique às autoridades quem esteve atrás do duplo ataque de Fevereiro e do major Alfredo Reinado.
"Ele tem o direito a dizer o que se passou. Houve muitos elementos que lhe deram apoio, dentro e fora de Timor-Leste", afirmou o Presidente.
José Ramos-Horta, atingido a tiro junto à sua residência em Díli, continua em Darwin, agora instalado numa casa privada.
"A minha recuperação continua bem e já consigo caminhar meia hora ou uma hora. Vou voltar ainda este mês", anunciou o Presidente.
O regresso de José Ramos-Horta a Díli não foi anunciado oficialmente mas "está marcado para 17 de Abril", afirmou hoje à agência Lusa fonte oficial da Presidência da República.
PRM
Lusa/Fim
Quando o Horta e atingido e Xanana ameacado, acordam-se logo. Se sao os outros e que sao atingidos e ameacdos, os dois dormem um sono de paz.
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