Público, 26.04.2008
Jorge Heitor
Presidente Ramos-Horta desmentiu no Parlamento que tivesse agendado para sua casa, no dia em que foi atacado, qualquer encontro com o major Reinado
É possível que as autoridades timorenses possam anunciar hoje a rendição do antigo tenente Gastão Salsinha, que era tido como o líder do grupo que andava a monte desde Fevereiro e que ontem concordou uma vez mais render-se, se bem que não tenha de imediato entregue as armas, declarou ao PÚBLICO um responsável do gabinete de imprensa da Presidência da República, contactado pelo telefone.
Também os correspondentes da Lusa e da Antena Um referiram contactos entre Salsinha e representantes da Procuradoria-Geral e de outras entidades, na região de Gleno, distrito de Ermera, o único onde actualmente prevalece o estado de excepção decretado em todo o país depois do atentado de há dois meses e meio em que ficou gravemente ferido o Presidente, José Ramos-Horta.
O ambiente geral em Timor-Leste é hoje bem melhor e mais calmo do que há alguns meses, antes dos incidentes de 11 de Fevereiro, reconheceu ao PÚBLICO Maria Ângela Carrascalão, chefe de gabinete do secretário de Estado da Defesa, segundo a qual os militares e polícias timorenses saíram prestigiados das recentes provações.
Ao discursar esta semana no Parlamento, Ramos-Horta disse que "sem a intervenção divina e a sabedoria e dedicação dos médicos e enfermeiros em Díli e Darwin" não teria sobrevivido ao atentado, a propósito do qual três homens foram detidos na Indonésia, para onde entretanto teriam fugido: "Deus quis que eu continue a fazer uso de todas as minhas modestas faculdades para continuar a minha obra modesta em prol deste nosso povo e em prol da Humanidade".
O Presidente insistiu em que naquela data esteve na fronteira entre a vida e a morte; e que nessa altura ouviu "uma voz muito clara" a dizer para os que o tentavam matar: "Larguem-no, ele não fez mal a ninguém." E acredita que "era uma voz de comando, a voz de Deus".
O chefe de Estado felicitou o presidente do Parlamento, Fernando Araújo, "Lasama", pelo modo como interinamente o substituiu, tendo agradecido a todos os que acompanharam a evolução do seu estado, referindo em especial o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, e o Papa Bento XVI.
Por outro lado, procurando desfazer certas teses que vieram a público, sublinhou que no dia 11 de Fevereiro não tinha nenhum encontro marcado, na sua residência, com o major rebelde Alfredo Reinado, que acabou por seu morto nesse local, algum tempo antes de ele próprio ter sido alvejado a tiro, "pelas costas, do lado direito", e caído na estrada.
Parlamentarios amigos da Justica, averiguem bem se realmente houve um encontro marcado na casa do Presidente ou nao? porque tudo leva a crer que o Saudoso Major tinha a confianca no Ramos Horta e o facto de ele perguntar pelo presidente quando entrou em casa, armado com o mapa do lugar, da a entender que ele esperava ver o Presidente. Surprendeu-se nao encontrar ali o presidente. muita coisa cheira a peixe mas a verdade...
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