Díli, 21 Abr (Lusa) - Angelita Pires, ex-assessora legal e antiga namorada do major Alfredo Reinado, está a partir de hoje proibida de sair de Timor-Leste por decisão do tribunal, disse o juiz do processo à agência Lusa.
O juiz Ivo Rosa, magistrado internacional em serviço em Timor-Leste, interrogou hoje Angelita Pires durante mais de quatro horas.
No final do interrogatório, o juiz impôs à antiga colaboradora de Alfredo Reinado a interdição de saída do país, uma medida de coação mais grave do que o termo de identidade e residência, que lhe tinha aplicado em Fevereiro.
Angelita Pires é indiciada da prática de dez crimes de homicídio na forma tentada, dois com dolo directo, relativos aos ataques de 11 de Fevereiro contra o Presidente da República e o primeiro-ministro, e oito com dolo eventual.
A ex-assessora de Alfredo Reinado está também indiciada pelo crime de atentado contra a segurança do Estado, punido pelo artigo 104º do Código Penal Indonésio, em vigor em Timor-Leste.
Angelita Pires tinha sido interrogada poucos dias depois dos ataques de 11 de Fevereiro, "mas surgiram, desde então, novos dados no processo, incluindo declarações dos arguidos que apontam para o seu envolvimento nos factos em causa", afirmou Ivo Rosa à Lusa.
Alfredo Reinado liderou um ataque contra a residência de José Ramos-Horta, a 11 de Fevereiro, no qual viria a morrer.
Cerca de meia hora depois da morte do major Reinado, um dos seus homens alvejou o Presidente da República, que ficou ferido com gravidade e foi transferido para Darwin, Austrália.
Na mesma manhã, Gastão Salsinha atacou a caravana de veículos onde seguia Xanana Gusmão, que escapou ileso.
Angelita Pires, que cresceu em Darwin numa família de exilados timorenses, voltou a Timor-Leste no final de 1999, onde teve o primeiro emprego numa pastelaria de Díli.
Foi mais tarde tradutora da Procuradoria-Geral da República, onde passou, ao fim de algum tempo, a trabalhar como assessora jurídica, embora não tenha nenhuma preparação académica específica em Direito - só neste ano lectivo esteve matriculada no primeiro ano da Faculdade em Díli.
Angelita Pires, que reconhece a ligação amorosa com Reinado, tem declarado, nas últimas semanas, que é inocente das acusações que lhe são dirigidas, nomeadamente feitas pelo Presidente José Ramos-Horta, que a relacionou directamente com os acontecimentos de 11 de Fevereiro.
O Presidente da República afirmou à Lusa que a Polícia Federal Australiana descobriu a existência de uma conta bancária numa agência de Darwin com quase um milhão de dólares, em nome de Angelita Pires e de Alfredo Reinado.
PRM
Lusa/fim
senhor jornalista Angelita Pires é assessora "legal"? Como pode ser assessora legal quem frequenta este ano o primeiro ano do curso de direito da UNTL? por favor, mais não
ResponderEliminarSenhor anónimo e Sr. jornalista,
ResponderEliminarDe facto há muita pouca precisão no que tenho lido sobre esta senhora, no diz respeito às suas relações familiares com membros do governo, idade, habilitações literárias, etc. Informem-se!
Esses srs. de timor arranjaram um bom bode espiatório.