sábado, março 29, 2008

Visita a PR José Ramos-Horta é "manifestação de amizade e solidariedade" - João Gomes Cravinho

Lisboa, 28 Mar (Lusa) - O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Portugal, João Gomes Cravinho, visita sábado o Presidente timorense, José Ramos-Horta, em Darwin, norte da Austrália, numa "manifestação de amizade e solidariedade", disse hoje à Lusa o governante português.

Ramos-Horta encontra-se em Darwin a convalescer do atentado que foi alvo a 11 de Fevereiro, em Díli.

"A visita ao presidente Ramos-Horta é uma manifestação de amizade e solidariedade. É um amigo de Portugal, que está neste momento num processo de recuperação", disse João Gomes Cravinho, contactado telefonicamente pela Lusa a partir de Lisboa.

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação esteve nos últimos dias em Moçambique, integrando entre 24 a 26 a comitiva que acompanhou o Presidente português, Aníbal Cavaco Silva, na visita oficial àquele país.

O encontro de Gomes Cravinho com Ramos-Horta será o primeiro de um membro do governo português após o atentado de 11 de Fevereiro.

De Darwin, o governante português segue para Timor-Leste, onde chega no domingo para uma visita oficial de pouco mais 48 horas.

"Quarenta e oito horas é tempo suficiente para fazer um conjunto de contactos políticos", frisou João Gomes Cravinho.

A agenda de encontros inclui desde o presidente da República interino, Fernando Araújo "Lasama", até ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, passando pelo representante especial do secretário-geral da ONU no país, Atul Khare, o secretário-geral do maior partido com assento parlamentar, a FRETILIN (oposição), Mari Alkatiri, e o bispo de Baucau, D. Basílio do Nascimento, para além de reuniões com membros do governo.

A deslocação a Timor-Leste compreende "também uma mensagem política. A mensagem central a transmitir é que o governo português mantém toda a atenção, todo o empenho em relação à consolidação da democracia em Timor-Leste", vincou o governante.

"Em relação aquilo que foram os eventos de Fevereiro, nós ainda não temos uma ideia completa.

Julgo que passará ainda algum tempo até que todos os detalhes sejam conhecidos", considerou.
"Mas conhecemos o que é politicamente relevante. E o que é politicamente relevante é que a consolidação do Estado de Timor-Leste é um objectivo que pode, por ironia, beneficiar desta chamada de atenção (o atentado contra Ramos-Horta)", defendeu.

João Gomes Cravinho é de opinião que face aos "problemas que faltam ainda resolver" - como as questões relacionadas com os deslocados e com os peticionários - "que se verifica uma tendência extremamente positiva actualmente para a convergência das forças políticas" timorenses no sentido de "encontrarem, em conjunto, soluções para estes problemas".

"De algum modo, os atentados, por terríveis que tenham sido, tiveram esse aspecto. Serviram, digamos, de estímulo a essa procura de novas soluções. E, portanto, o nosso papel ao visitar é de encorajar as várias forças politicas a prosseguirem no caminho em que já estão", destacou.
No passado dia 11 de Fevereiro, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, foi também alvo de uma emboscada da qual saiu ileso.

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