18.03.2008 - 14h22 PÚBLICO
O presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, que sai do hospital para uma residência particular em Darwin, amanhã, quarta-feira, deseja regressar à sua residência, em Díli, o mais depressa possível, de preferência já na segunda semana de Abril, apurou o PÚBLICO.
Ramos-Horta ficará alguns dias a descansar naquela cidade do norte da Austrália (a cerca de 500 quilómetros de Timor-Leste).
Contactado telefonicamente pela Lusa, Rui Araújo, o médico timorense que o acompanha em Darwin, também admitiu o regresso do chefe de Estado a Díli "talvez dentro de duas a três semanas", salientando, no entanto, que tudo depende da sua “decisão política".
Hoje de manhã, em declarações à Rádio Renascença, o mesmo médico contara que o resultado da última operação havia sido reavaliado pelo cirurgião e que este considerara não haver razões para o presidente continuar internado, pelo que a recuperação iria prosseguir, “mas já fora do hospital".
O médico e antigo ministro timorense da Saúde elogiou, à Lusa, a assistência médica proporcionada a Horta, “a começar pela assistência que lhe foi prestada pela equipa do INEM e da GNR e pelo hospital militar australiano em Díli, bem como a assistência que teve em Darwin".
Horta, a quem o presidente do parlamento, Fernando de Araújo “Lasama”, substitui interinamente nas funções presidenciais, foi atingido a tiro durante um assalto, de contornos ainda por definir, à sua residência, em 11 de Fevereiro passado, tendo sido submetido a uma série de intervenções cirúrgicas desde então.
Estado de emergência durante um mês
Paralelamente, o Governo timorense resolveu, em reunião extraordinária do conselho de ministros realizada hoje, propor ao Presidente da República interino a prorrogação do estado de excepção, passando a estado de emergência, por um período de trinta dias.
A proposta do Governo vai no sentido de que o estado de emergência vigore em todo o território nacional a partir das 00h00 do próximo dia 23 de Março e termine às 24h00 do dia 22 de Abril.
O estado de emergência impõe, entre outras coisas, restrições ao direito de livre circulação e obrigatoriedade de um recolher obrigatório, entre as 23h00 e as 05h00.
Recorde-se que a declaração do estado de excepção foi decretada na sequência dos atentados contra a vida do Presidente e do primeiro-ministro, no dia 11 de Fevereiro.
Entretanto continua em fuga um grupo de homens fortemente armados com equipamento de guerra, aparentemente chefiados pelo ex porta-voz dos rebeldes, Gastão Salsinha, suspeito de participação nos atentados.
A captura e apresentação à Justiça deste grupo armado continua a ser um imperativo para as autoridades timorenses.
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