Público, 29.03.2008
O Presidente timorense, José Ramos-Horta, acusou ontem Ângela Pires, conhecida por Angelita ou Angie, uma sua compatriota que também tem nacionalidade australiana e que foi constituída arguida no processo do 11 de Fevereiro, de ter "manipulado e influenciado" o ex-major Alfredo Reinado.
Ao falar assim ao jornal The Age, de Melbourne, o chefe de Estado deu mais peso às especulações que têm vindo a ser feitas sobre esta mulher de 38 anos que parece estar no centro das investigações sobre o que aconteceu naquela data, quando o chefe dos rebeldes se dirigiu à residência do Presidente e o alvejou.
A Procuradoria-Geral da República considerou que Angelita Pires era oficialmente suspeita de participar numa conjura para que fossem mortos Ramos-Horta e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão; e a sua amizade com Reinado não era segredo para ninguém em Díli.
O Presidente, que hoje é visitado pelo secretário de Estado português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, também disse que pretende saber por que é que a Força Internacional de Estabilização (ISF), dirigida pela Austrália, não perseguiu de imediato as pessoas que o atacaram e deixaram gravemente ferido.
Contou ainda que nessa manhã, ao regressar da praia, o gerente de um banco australiano lhe dissera que a ISF andava em manobras perto da sua residência. O comandante das tropas australianas em Timor-Leste, brigadeiro James Baker, já desmentiu as notícias de que um bloqueio nas estradas atrasou a prestação de ajuda ao Presidente.
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