sexta-feira, março 14, 2008

Marcelo Caetano tentou matar Presidente José Ramos-Horta

DN, 14/03/08

Departamento de Estado dos EUA denuncia violações de direitos humanos no território

O Presidente Ramos-Horta conhecia bem o militar rebelde que disparou sobre ele no ataque de 11 de Fevereiro, segundo o diário The Australian na sua edição de ontem.

Ramos-Horta, que permanece hospitalizado em Darwin, afirmou que o atirador se chama Marcelo Caetano e que fazia parte do grupo do ex-major Alfredo Reinado, assegurou ao diário australiano Arsénio Ramos-Horta, irmão do Presidente. "José reconheceu-o, ele não disse nada quando disparou. O meu irmão foi atingido estava ele a 18 a 20 metros de Marcelo", declarou Arsénio. A ironia da situação é que Ramos-Horta, ferido com gravidade no tronco, seguiu o tratamento de Marcelo Caetano quando este, há de dois anos, foi também ferido por disparos no tronco.

"O Presidente conhecia-o bem. Marcelo foi atingido por uma bala há dois anos na localidade de Tasi Tolu, a oeste de Díli", segundo a descrição do irmão de Ramos-Horta. Quando "foi preciso operá-lo, o meu irmão fez com que ele tivesse os melhores médicos de Díli". Ainda segundo Arsénio, Caetano permaneceu duas semanas em convalescença na casa do irmão.

Num desenvolvimento separado, o relatório do Departamento de Estado dos EUA sobre os Direitos Humanos para 2007 registou múltiplos abusos cometidos pelas forças de segurança de Timor-Leste."Durante o ano, as forças de segurança e outros protagonistas cometeram nove assassínios, um decréscimo de 29 em 2006. Muitas das execuções foram politicamente motivadas", lê-se no documento.

"Houve ocasiões em que elementos das forças de segurança actuaram fora da autoridade do Governo", lê-se no documento, embora afirmando que o poder civil exerceram "geralmente" controlo efectivo sobre as Forças de Defesa e da Polícia Nacional. O relatório destaca "execuções extrajudiciais de motivação política", "uso excessivo da força e abuso da autoridade pela polícia". O relatório refere ainda que "as condições nos campos para deslocados colocaram em risco a saúde, segurança, educação e os direitos de mulheres e crianças". - AFP/LUSA

Sem comentários:

Enviar um comentário