Díli, 29 Mar (Lusa) - O encontro de doadores que hoje terminou em Díli, Timor-Leste, "não foi um fracasso", afirmou à imprensa o presidente do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), Manuel Correia.
"O dinheiro que foi pedido hoje era um acrescento à reunião [de doadores], não era o mais importante. Era uma situação que valeria cinco por cento da conferência", considerou Manuel Correia após a conclusão dos trabalhos.
O Governo timorense, através do vice-primeiro-ministro, José Luís Guterres, e da ministra das Finanças, Emília Pires, apresentou aos doadores um Apelo Estratégico Transitório (TSA) no valor de 33 milhões de dólares (20 milhões de euros).
Apenas a Austrália avançou de imediato uma resposta ao apelo timorense, prometendo contribuir com quatro milhões de dólares australianos (2,3 milhões de euros).
"Poderá ter ficado a imagem de que a conferência foi fracasso mas não foi", afirmou o presidente do IPAD aos jornalistas.
"Os parceiros que suportam de facto desde o primeiro dia Timor-Leste na sua independência estão muito engajados no fortalecimento das suas relações com Timor e os seus programas vão continuar", sublinhou Manuel Correia.
O responsável do IPAD explicou a falta de resposta ao TSA porque "o apelo foi uma posição particular e talvez pela forma tardia com que os documentos foram oferecidos".
"Alguns dos doadores estão para ver se é preciso mais dinheiro. Se for preciso, esse dinheiro continuará a aparecer", acrescentou Manuel Correia.
"Mais importante que dinheiro é eficácia e complementaridade da ajuda. Vêm nesse sentido os memorandos com a Espanha e a Austrália" assinados pela Cooperação Portuguesa.
"Os doadores, em vez de estar a atribuir culpas ao país receptor, percebem também que têm muitas vezes a culpa. É altura dos doadores se actualizarem e verem quais são as complementaridades e repetições", declarou Manuel Correia.
"Muitas vezes há programas repetidos e ninguém percebe por que é que eles são repetidos", explicou ainda o presidente do IPAD, que terminou hoje a sua visita a Timor-Leste.
Portugal e Espanha assinaram dia 26 de Março um Memorando de Entendimento "com vista a promover uma acção concertada nas áreas do desenvolvimento económico e social, da redução da pobreza, da consolidação da democracia, dos Direitos Humanos e do Estado de Direito em Timor-Leste".
Foi igualmente assinado um Memorando de Entendimento com a AusAID (Agência Australiana para o Desenvolvimento Internacional) que, com o objectivo de operacionalizar a Declaração Conjunta formalizada em Agosto de 2007, estabelece os princípios e responsabilidades de cooperação entre as duas instituições no apoio ao desenvolvimento de Timor-Leste.
Entre 1999 e 2007, Portugal contribuiu com 470 milhões de dólares para Timor-Leste, sendo um dos principais parceiros de desenvolvimento.
PRM
Lusa/fim
NOTA DE RODAPÉ:
Blá... blá... blá... Se não foi um fracasso, o normal não seria dizer apenas que foi... um sucesso?...
E "pela forma tardia com que os documentos foram oferecidos" ?! A incompetência da AMP?
Fracasso? Sucesso? Vá-se lá saber! Esperemos que não tenha sido apenas um susexo...
ResponderEliminarConcordo. Se há necessidade de vir dizer que "não foi um fracasso", é porque consta que foi mesmo.
ResponderEliminarMas uma coisa não percebi: o Governo timorense não dizia que agora TL é auto-suficiente, com as receitas do petróleo? Então porque foi pedir mais 33 milhões aos países doadores?