quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Timor-Leste: jovens de Macau querem criar centro comunitário de desenvolvimento sustentável

Macau, China, 26 Fev (Lusa)- Quatro jovens portugueses residentes em Macau estão a desenvolver um projecto para a construção do centro comunitário de educação para o desenvolvimento sustentável de Timor-Leste, em parceria com a diocese de Baucau e orçado em 30 mil euros.

Fernando Madeira, Hugo Oliveira, Vera Piteira e Patrícia Pereira deslocaram-se recentemente a Timor-Leste, onde obtiveram o 'apoio' do bispo D. Basílio do Nascimento para a criação do 'Raio de Sol', um centro comunitário que visa "ajudar a população de Timor-Leste a dominar técnicas de desenvolvimento sustentável e auto-suficiência".

"Vamos desenvolver o centro num terreno com cerca de 3.000 metros quadrados, onde já está uma casa e vai ser construída outra habitação, que funcionará como apoio a toda a logística para as actividades que queremos desenvolver em Timor-Leste", explicou Fernando Madeira à Agência Lusa.

O projecto dos quatro jovens portugueses segue o conceito do PermaCultura, criado na Austrália há cerca de 30 anos pelos ecologistas Bill Mollison e David Holmgren, e advém da cultura permanente que tem dado resultados positivos junto das populações mais carenciadas, disse.

Com o projecto previsto para "arrancar" em meados deste ano, o grupo quer "atrair a população a participar nas actividades diárias", juntando assim uma "aprendizagem de trabalho na terra com as questões sociais e educacionais" com a possibilidade de vir a introduzir a criação de animais de pequeno porte de forma a "criar novos hábitos de alimentação" à margem dos tradicionais búfalos, cabras e porcos, mortos em ocasiões especiais.

"Este centro vai abranger áreas como a agricultura orgânica, à fertilização da terra através de métodos naturais, bio-gás, captação de águas da chuva, à área educacional pelas artes, à música passando pela cultura de plantas medicinais já utilizadas em Timor", disse Fernando Madeira, salientando que o grupo se quer "integrar e auxiliar" outros grupos que já trabalham no terreno".

"Nós não queremos actuar isoladamente mas sim integrar e estarmos integrados numa cidade que já tem várias formas de ajuda à população", contou.

"Queremos trabalhar com e para a população para que as pessoas adoptem algumas técnicas nos seus próprios terrenos e possam, ao mesmo tempo, participar em acções de aprendizagem que passam pelas relações humanas, higiene entre outros aspectos", explicou.

A criação do 'Raio de Sol' em Baucau funciona em regime de voluntariado com o orçamento previsto a contemplar as passagens aéreas entre Macau e Díli e apenas para seis meses de actividade.

"O que pretendemos é que o centro seja auto-suficiente, seja autónomo e sem precisar de ajudas externas", concluiu Fernando Madeira

JCS.
Lusa/fim

1 comentário:

  1. Bravo! ate que emfim alguem descobriu que o que o povo timorense realmente necessita e aprender a produzir alimentos atraves de meios que ja existem na natureza de Deus. Se se tivessem lembrado disso ha pelo menos cem anos atras, Timor nao teria passado o que tem passado.

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