Lisboa, 15 Fev (Lusa) - Os 70 agentes da Polícia Federal Australiana enviados para Díli após os atentados desta semana vão actuar de forma autónoma em relação às Nações Unidas e às forças de segurança timorenses, noticia a agência de informação australiana AAP.
Ao contrário dos agentes da polícia australiana que já estavam no terreno, os reforços não estão às ordens das Nações Unidas (ONU) em Timor-Leste, onde o primeiro-ministro e o presidente foram segunda-feira alvos de atentados. O chefe de Estado encontra-se em estado considerado "crítico" num hospital na cidade australiana de Darwin, de acordo com a AAP.
A ONU aceitou sem reservas a condição de actuação autónoma dos agentes australianos, segundo Finn Reske Nielsen, responsável da missão da ONU em Timor-Leste, citado pela rádio australiana ABC.
Paralelamente, segundo a agência australiana, Camberra enviou para Timor-Leste 200 militares, para auxiliar as operações de captura dos cerca de 30 rebeldes procurados depois dos atentados contra o presidente Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão.
"Estamos preocupados com estas cerca de 30 pessoas que estão a vaguear pelo interior, criando um problema para o governo de Timor-Leste", afirmou Angus Houston, comandante das Forças de Defesa Australianas.
"Vamos dar apoio às autoridades timorenses para colocar estas pessoas perante a Justiça", adiantou o mesmo responsável.
Alfredo Reinado, ex-comandante da Polícia Militar, desencadeou segunda-feira um ataque contra a residência do Presidente da República, José Ramos-Horta, que ficou ferido no tiroteio, e um grupo comandado por Gastão Salsinha, que em 2006 liderou a deserção de 600 efectivos das forças armadas, atacou a coluna em que seguia o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso.
No ataque foram mortos Alfredo Reinado e um dos elementos do seu grupo, Leopoldino Mendonça Exposto.
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É preocupante, este estatuto dos polícias australianos, por não terem que obedecer à ONU.
ResponderEliminarÉ mais um passo para a ocupação australiana de Timor? Receio que sim.
Quanto à ONU, "aceitou sem reservas a condição de actuação autónoma dos agentes australianos". Claro. Outra coisa não seria de esperar.
O que vão fazer? "auxiliar as operações de captura dos cerca de 30 rebeldes".E eu a pensar que tinha ouvido o comandante de "brigada" australiano a dizer que o mandato das ISF não inclui a captura de foragidos à Justiça.
Grave é também a possibilidade de estes 70 polícias estarem já a "investigar" apressadamente algo em que podem estar implicadas as próprias forças australianas. É como pôr a raposa a guardar o galinheiro.
Timor-Leste e vários outros países concordaram com uma comissão de inquérito internacional para apurar os factos, mas os OZ já se anteciparam. Quando a dita comissão estiver formada, já os rebeldes estarão todos a fazer tijolo. Isto é que é eficiência...!