quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Ramos-Horta teve quinta intervenção cirúrgica

Público, 20.02.2008

O Presidente da República de Timor-Leste, José Ramos-Horta, foi ontem submetido na cidade australiana de Darwin à quinta intervenção cirúrgica no espaço de oito dias; e segundo a Lusa não deverá ter alta antes de três semanas, iniciando então um longo período de recuperação, que os médicos já admitiram que possa ser de seis meses.

Entretanto, nem o antigo governador Mário Carrascalão, hoje presidente do Partido Social Democrata (PSD), nem o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin, acharam bem que a perseguição aos rebeldes esteja exclusivamente a cargo de forças timorenses. Uma vez que se trata de pessoas que em 2006 foram saneadas das Forças de Defesa, teme-se que a sua captura pelas mesmas forças possa levar a um aprofundar das clivagens entre cidadãos nacionais. Designadamente entre os que são da parte mais oriental do território (os lorosae) e os que vivem perto da fronteira com a Indonésia (os loromonu).

O conflito de há perto de dois anos faz com que ainda hoje cerca de 100.000 timorenses, um décimo da população total do jovem e frágil país, estejam a viver em acampamentos para desalojados, que podem constituir sempre um grande potencial de revolta, a juntar às muitas fricções existentes entre as diversas forças políticas do país.

Outro aspecto em que nas últimas 48 horas figuras tão diversas como Mário Carrascalão e Alkatiri coincidiram foi nas dúvidas quanto a um alegado ataque ao primeiro-ministro Xanana Gusmão, oficialmente ocorrido perto de uma hora depois de Ramos-Horta ter sido ferido a tiro por um polícia militar.

E quando o major rebelde Alfredo Reinado já tinha sido morto há mais de uma hora, na artéria a que premonitoriamente Ramos-Horta dera o nome de Boulevard JF Kennedy.

Não é provável que o Presidente José Ramos--Horta possa ter alta e regressar a Díli antes de meados do mês de Março.

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