quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Ramos Horta ainda não falou sobre atentado - irmã

Lisboa, 21 Fev (Lusa) - O presidente de Timor-Leste continua a "recuperar bem", pergunta pela família e amigos, mas ainda não falou sobre o ataque que sofreu a 11 de Fevereiro, em Díli, disse hoje à Lusa uma irmã de José Ramos-Horta.

“Ele está como ontem [quarta-feira]. A recuperar bem, não tem febre e tem uma voz mais clara”, contou Romana Horta, salientando que o presidente timorense ainda não falou nem perguntou nada sobre o ataque de que foi vítima a 11 de Fevereiro, em Díli, em que foi gravemente ferido a tiro.

De acordo com Romana Horta, o presidente timorense apenas pergunta por amigos e familiares.

“Ele fica é com os olhos muito assustados quando houve algum barulho ou ruído maior. Contudo, não fala sobre o acidente e nós também não perguntamos”, referiu, acrescentando que o presidente está acompanhado pela mãe, por um irmão e pelo cunhado João Carrascalão.

Um duplo atentado visou a 11 de Fevereiro o primeiro-ministro Xanana Gusmão, que escapou ileso, e o presidente e prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, que ficou gravemente ferido e teve de ser transferido para um hospital de Darwin, na Austrália.

O Royal Darwin Hospital salientou hoje, no último boletim médico sobre o presidente timorense, que Ramos-Horta está a "acordar lentamente da sedação e disse algumas palavras aos seus familiares".

Os médicos dizem também que Ramos-Horta deverá continuar na unidade de cuidados intensivos por mais tempo e provavelmente será submetido a "outra cirurgia menor".

Ramos-Horta foi submetido a uma primeira intervenção cirúrgica ainda em Díli e já foi operado quatro vezes no hospital de Darwin.

Os médicos australianos têm-se mostrado confiantes na recuperação total de Ramos-Horta, admitindo que venha a ter alta hospital dentro de três semanas e uma recuperação total no prazo de seis meses.

Em relação ao tenente Celestino Gomes, também ferido no ataque à casa do presidente e igualmente hospitalizado em Darwin, o boletim médico divulgado hoje adianta que continua estável e deverá permanecer naquela unidade durante algum tempo.

O major Alfredo Reinado e um elemento do seu grupo, que estavam fugidos à justiça, foram mortos no ataque à residência do presidente timorense.

Pouco depois deste ataque, o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, escapou ileso a uma emboscada quando se dirigia da sua residência em Balíbar para Díli.

Na sequência dos ataques, foi decretado o estado de sítio em Timor-Leste, com recolher obrigatório entre as 20:00 e as 06:00, medida que estará em vigor até 23 de Fevereiro.

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Lusa/Fim

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