Luanda, 22 Fev (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, considerou hoje "fundamental" que as Nações Unidas mantenham "uma presença forte" em Timor-Leste devido à "frágil" situação que o país atravessa.
Luís Amado, que se encontra em Angola no segundo dia de uma visita oficial, adiantou que "sem a presença forte da comunidade internacional", através das Nações Unidas, Portugal vê ainda com "alguma dificuldade" a possibilidade de o país recuperar da situação de crise em que caiu.
O responsável pela diplomacia portuguesa referia-se aos "acontecimentos sucessivos" que foram marcando a vida de Timor-Leste depois da independência".
Segundo o ministro, a actual situação do país, "ainda muito frágil", com as instituições democráticas "muito débeis", justifica a "presença forte" da ONU em Timor-Leste.
O Conselho de Segurança da ONU debateu quinta-feira, em Nova Iorque, a situação em Díli, à luz da renovação do mandato da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT), que termina no final do mês.
Na reunião, o embaixador de Timor-Leste na ONU, Nelson Santos, reafirmou a necessidade de manter os "capacetes azuis" no país de forma a consolidar a paz e a segurança, face aos recentes atentados contra o presidente e primeiro-ministro e ao "ambiente frágil e inconstante".
Num desses atentados, o presidente José Ramos-Horta ficou gravemente ferido e foi transferido para um hospital de Darwin, na Austrália, enquanto o primeiro-ministro Xanana Gusmão saiu ileso num segundo ataque.
Nelson Santos reconheceu, perante o Conselho de Segurança, a "inestimável contribuição das Nações Unidas e a necessidade da presença contínua e constante no país".
As Nações Unidas têm em Timor-Leste 33 observadores e cerca de 1.500 polícias internacionais e 1.200 civis.
A GNR integra a Polícia das Nações Unidas (UNPol) em Timor-Leste.
"O governo acredita seriamente que a continuidade do compromisso das Nações Unidas é importante para estabilizar a situação, fortalecer as nossas instituições e consolidar a paz e a democracia", afirmou Nelson Santos, lembrando que o apoio da ONU é essencial durante as próximas eleições, agendadas para 2012.
NME/RB/JP
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