quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Portugal concorda com inquérito internacional e está disposto a participar - MNE Luís Amado

Lisboa, 13 Fev (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, apoiou hoje a criação de uma comissão de inquérito internacional para investigar os atentados em Timor-Leste e afirmou a disponibilidade de Portugal participar nessa investigação.

"A ideia de uma comissão de inquérito internacional parece-me muito importante, fundamental, pois o que se passou em Díli, do ponto de vista dos interesses de um pequeno Estado em formação, tem de ser avaliado até às últimas consequências e devidamente investigado", disse Luís Amado.

O chefe da diplomacia portuguesa falava aos jornalistas na Assembleia da República no final de uma audição na Comissão de Negócios Estrangeiros, centrada na questão do Kosovo.

O presidente interino de Timor-Leste, Fernando "La Sama" de Araújo, anunciou hoje que vai ordenar a constituição de uma comissão internacional para investigar os atentados de segunda-feira, em Díli, contra o chefe de Estado e o primeiro-ministro timorenses.

"Falei em Lisboa com o comandante-geral da GNR, força que possui uma unidade de investigação para estes casos, a quem pedi apoio", disse Fernando "La Sama" de Araújo à Agência Lusa no avião que o transportou de Bali para Díli.

Luís Amado disse não ter conhecimento da formalização de um pedido nesse sentido a Portugal, mas salientou que quando isso acontecer, o governo português o "apreciará e avaliará" à luz do princípio de apoio ao Estado timorense.

"Estamos sempre abertos à participação de qualquer sector ou instituição portuguesa para apoiar as instituições timorenses no esforço que fazem para dar estabilidade e viabilidade ao seu país", acrescentou.

O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, disse hoje que Portugal está disposto a enviar uma unidade de investigação criminal da GNR para Timor-Leste, mas referiu que já tinha debatido essa questão com as autoridades timorenses durante a visita que efectuou a Díli em Janeiro, ou seja, antes dos atentados de segunda-feira contra José Ramos-Horta e Xanana Gusmão.

José Ramos-Horta foi ferido a tiro segunda-feira na sua residência, nos arredores de Díli, num ataque em que morreu o major Alfredo Reinado, e menos de uma hora depois, Xanana Gusmão escapou ileso a uma emboscada, quando se dirigia da sua residência para a capital timorense.

Na sequência da dupla tentativa de assassínio dos chefes de Estado e do Governo, o parlamento timorense decretou na segunda-feira o estado de sítio, em todo o país, durante dois dias, que hoje foi prolongado por mais 10 dias, até 23 de Fevereiro.



MDR/CMP

Lusa/Fim

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