Perseguição a Reinado foi suspensa por ordem de Ramos-Horta
Austrália rejeita críticas à actuação do seu contingente em Timor-Leste
12.02.2008 - 15h37 PÚBLICO
O ministro dos Negócios Estrangeiros australiano rejeitou as críticas do comandante das Forças Armadas timorenses sobre a actuação das forças estrangeiras presentes no país, adiantando que as suas tropas deixaram há meses de perseguir o major Alfredo Reinado por indicação dos líderes políticos timorenses.
O general Matan Ruak, chefe do Estado-Maior General das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), pediu uma investigação aos ataques contra o Presidente, Ramos-Horta, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, acusando as forças australianas de incapacidade para garantir a segurança no território.
O comandante disse não compreender como foi possível aos rebeldes, há meses sob vigilância, aproximar-se da casa de Ramos-Horta e disse esperar que o contingente australiano (que hoje recebeu um reforço de 200 efectivos) não contribua para o agravamento da situação no país, numa alusão às denúncias de cumplicidade com o major Reinado.
Confrontado com as declarações de Matan Ruak, o chefe da diplomacia australiana lembrou que em Junho do ano passado, Ramos-Horta, então ainda primeiro-ministro, mandou cancelar as buscas para dar início a polémicas negociações com o líder rebelde.
Smith – que visitou hoje o hospital de Darwin onde o Presidente timorense se encontra internado – admitiu que tal iniciativa poderá ter sido um erro, mas sublinhou que foi decidida pelas autoridades políticas timorenses, perante quem responde o contingente australiano presente no país. “Isto é certamente algo que certamente será alvo de reflexão por parte do Governo de Timor-Leste, o Governo australiano, das forças de estabilização e da própria ONU”, afirmou, citado pela estação australiana ABC.
Quanto a acções futuras, o ministro dos Negócios Estrangeiros insistiu que cabe às autoridades timorenses decidir como lidar com os rebeldes que sobreviveram ao seu líder. "O mais sensato seria entregarem as armas e renderem-se", afirmou.
Também presente em Darwin, o chefe da diplomacia timorense, Zacarias da Costa, disse estar convicto de que não foi um erro deixar de perseguir Reinado. “O Presidente Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão decidiram que o melhor era encetar o diálogo” com o major. “Não penso que tenha sido um erro, mas o desfecho foi infelizmente muito diferente do que esperávamos”.
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