Público
Presidente interino pediu colaboração portuguesa no inquérito aos ataques de segunda-feira
GNR poderá enviar equipa de investigação para Timor-Leste
13.02.2008 - 14h42 Lusa
O ministro da Administração Interna disse hoje que Portugal está disponível para enviar uma equipa de investigação criminal da GNR para Timor-Leste, para participar no inquérito aos atentados contra Ramos-Horta e Xanana Gusmão, mas a decisão ainda está a ser analisada com as autoridades timorenses.
"Estamos dispostos a responder sim ao pedido e no âmbito do contingente da GNR criar valências que ajudem a desenvolver a investigação criminal", afirmou aos jornalistas Rui Pereira.
O ministro adiantou que seria "útil no futuro diversificar a contribuição da GNR", nomeadamente ajudar as forças de segurança timorenses a garantir "valências de investigação criminal".
No entanto, Rui Pereira escusou-se a adiantar uma data para o envio da equipa de investigação, sustentando que a constituição da nova valência está ainda a ser estudada com as autoridades timorenses.
O presidente interino de Timor-Leste, Fernando "La Sama" de Araújo, revelou hoje que pretende que a GNR faça parte da comissão internacional que vai ser criada para investigar os atentados de segunda-feira contra o Presidente da República e o primeiro-ministro timorenses. "Falei em Lisboa com o comandante-geral da GNR, força que possui uma unidade de investigação para estes casos, a quem pedi apoio", acrescentou Araújo.
O ministro da Administração Interna disse que este pedido "não é inédito" e que tinha sido debatido durante a visita que efectuou a Timor-Leste em Janeiro. "A diversidade do contingente da GNR em Timor-Leste corresponde a um pedido que se registou quando me desloquei ao país e foi antes deste acontecimento", salientou.
José Ramos-Horta foi ferido a tiro na sua residência, nos arredores de Díli, num ataque em que morreu o major Alfredo Reinado, e menos de uma hora depois, Xanana Gusmão escapou ileso a uma emboscada, quando se dirigia da sua residência para a capital timorense.
Na sequência da dupla tentativa de assassínio dos chefes de Estado e do Governo, o parlamento timorense decretou na segunda-feira o estado de sítio, em todo o país, durante dois dias, que hoje foi prolongado por mais 10 dias, até 23 de Fevereiro.
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