Díli, 20 Fev (Lusa) - O ex-ministro dos Recursos Naturais e deputado da Fretilin José Teixeira disse à Lusa que prestou hoje na Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) "esclarecimentos" sobre os ataques de 11 de Fevereiro contra José Ramos-Horta e Xanana Gusmão.
José Teixeira explicou que foi ouvido "pelos inspectores nacionais e da UNPol (Polícia das Nações Unidas)", que "não tinham conhecimento" das razões que levaram elementos da Task Force, uma unidade especial da polícia timorense, a irem buscá-lo a casa na tarde de terça-feira sem qualquer mandado.
"Eles (inspectores) não sabiam e apenas tive conhecimento de que não havia ordem do Ministério Público nem da parte dos investigadores", disse ao salientar que não foi constituído arguido e que se trata de declarações no âmbito das investigações aos ataques contra o Presidente da República e o primeiro-ministro.
José Teixeira acrescentou ainda estar "convencido" que as informações que prestou "foram suficientes", mas escusou-se a dar qualquer detalhe sobre a conversa com os investigadores.
O ex-ministro e deputado da Fretilin - que neste momento tem o mandato suspenso - foi levado terça-feira por agentes da Task Force para o quartel-general da PNTL, em Díli, pouco depois das 19:00 (10:00 em Lisboa).
"Não tinham mandado nem conseguiram explicar, quando chegámos ao quartel-general, o que pretendiam de mim, para além de dizer que alguém precisava de me fazer umas perguntas porque eu era acusado de conspiração", explicou o ex-ministro em declarações à Lusa pouco depois de regressar a casa ainda na noite de terça-feira.
O secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, afirmou à Lusa no próprio dia em que José Teixeira foi levado que este episódio "é uma acção de perseguição e intimidação escudada no estado de sítio", decretado na sequência do duplo ataque contra José Ramos-Horta e Xanana Gusmão.
Mari Alkatiri disse na altura ter telefonado ao comandante interino da PNTL, Afonso de Jesus, e ao comandante operacional, Mateus Fernandes, e que "nenhum deles soube explicar a razão por que levaram o deputado José Teixeira".
"Julgo que José Teixeira teria ficado a 'dormir' na Polícia se eu não tivesse telefonado" para os comandantes, afirmou então Mari Alkatiri, ex-primeiro-ministro.
Foram infrutíferas as tentativas da Lusa para obter uma explicação do incidente junto da PNTL e da Procuradoria-Geral da República.
JCS/PRM.
Lusa/Fim
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