Portugal Diário
2008/02/11 11:58 Hugo Beleza
Timor: militar português conta ao PDiário operação de socorro na residência do presidente timorense.
GNR teme que apoiantes do major Reinado, que foi morto depois de atacar Ramos Horta, provoquem distúrbios durante a noite
As forças portuguesas da GNR em Timor-Leste entraram em acção de imediato, depois de terem sido alertadas para o tiroteio em que o presidente timorense ficou gravemente ferido.
Junto com os onze militares da secção de operações especiais da força portuguesa, seguiram três elementos do INEM. Um militar português disse ao PortugalDiário que o auxílio demorou dez minutos a chegar à residência do prémio Nobel da Paz: foram as primeiras forças de segurança a acorrer ao local do atentado.
«Recebemos informações que havia um tiroteio junto a casa do senhor Presidente da República e enviámos de imediato os onze elementos da secção operações especiais», explicou ao PortugalDiário o Tenente Luís Fernandes, desde Díli, em conversa telefónica.
O militar explicou que o alerta chegou cerca das 7h00 e «dez minutos depois» os elementos da GNR estavam no local. «O incidente ter-se-á registado cerca das 6h30», precisou o tenente Fernandes.
Quando os operacionais portugueses chegaram à residência de Ramos Horta, este «estava no chão ferido». Além do chefe de Estado timorense encontravam-se no local, já sem vida, «Alfredo Reinado e um outro elemento do seu grupo». Um homem das forças de defesa de Timor estava ferido.
«Fomos de imediato prestar auxílio ao presidente», frisou o militar português, com os elementos do INEM a prestarem os primeiros cuidados médicos. Em seguido, escoltaram Ramos Horta para o hospital de campanha australiano e posteriormente para a Austrália.
O tenente Luís Fernandes referiu que quando a GNR chegou ao local o tiroteio já havia cessado e que não houve «qualquer troca de tiros» posterior envolvendo as forças portuguesas.
Quanto ao incidente que envolveu o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, foi confirmada a ocorrência de uma emboscada, mas que não se registou «nada de extraordinário, para além dos danos materiais na viatura» onde seguia o chefe de Governo timorense.
O militar português descreveu o ambiente que se vive na capital timorense como «pacífico» mas admite: «Poderá haver nos próximos dias alguma alteração deste panorama».
O capitão Martinho, também da GNR, disse à TSF que, durante a noite (em Timor são 21h), é de esperar que os apoiantes de major Reinado saiam à rua e possam provocar distúrbios. Recorde-se que Reinado foi morto, depois de alvejar Ramos Horta, num atentado planeado pelos guerrilheiros.
O grau de prontidão dos militares é imediato, referiu ainda ao PortugalDiário o tenente Luís Fernandes. «Zero minutos», descreveu desta forma o tempo de reacção da força portuguesa perante qualquer eventualidade.
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