terça-feira, fevereiro 12, 2008

Comunidade internacional compromete-se a continuar a apoiar desenvolvimento e estabilidade

Lisboa, 11 Fev (Lusa) - A comunidade internacional condenou os atentados registados hoje em Díli contra os chefes de Estado e de governo timorenses, e comprometeu-se a continuar a apoiar o desenvolvimento e a estabilidade de Timor-Leste.

Homens armados tentaram hoje matar o presidente José Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão, em dois ataques concertados.

Em Paris, a França expressou a sua "mais viva emoção" em relação aos atentados e garantiu que vai continuar a apoiar os esforços da comunidade internacional para o desenvolvimento e estabilidade em Timor-Leste.

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Bernard Kouchner, condenou "os ataques terroristas que visam, através do chefe de Estado e do primeiro-ministro, desestabilizar o país e pôr em causa os esforços de reconciliação que ambos fazem desde que foram eleitos (em 2007)" e desejou "um rápido restabelecimento" a Ramos-Horta.

Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Sean McCormack classificou a acção contra o presidente e o primeiro-ministro timorenses como "uma tentativa de atrasar o relógio para os cidadãos de Timor-Leste" e expressou a solidariedade dos Estados Unidos.

Também o governo espanhol condenou hoje "firmemente" a "tentativa de golpe de Estado" que ocorreu em Timor-Leste e transmitiu, em comunicado, a sua solidariedade ao Presidente José Ramos-Horta e ao primeiro-ministro Xanana Gusmão, reiterando "o seu compromisso de continuar a apoiar os esforços dessa república para consolidar as suas instituições e avançar no seu desenvolvimento económico e social".

Por seu lado, o PSOE, o partido no governo em Espanha, manifestou "a repulsa mais energética" em relação ao "ataque contra a democracia de Timor-Leste" e desejou a pronta recuperação do presidente Ramos-Horta, alegrando-se pelo facto de o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, ter saído ileso.

Em Londres, o governo britânico condenou igualmente os atentados e apelou a que "a estabilidade seja mantida em Timor-Leste".

"Estamos extremamente preocupados por tomar conhecimento dos ataques ao Presidente José Ramos Horta e primeiro-ministro Xanana Gusmão", disse à agência Lusa um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros.

"Não pode haver qualquer justificações para tais actos e esperamos que as autoridades consigam levar os responsáveis pelo ataque perante a Justiça e que a estabilidade seja mantida em Timor-Leste", acrescentou.

Numa actualização introduzida hoje nos seus conselhos de viagem, o governo britânico exortou os seus nacionais a viajar para Timor "apenas se for essencial devido à situação incerta em termos de segurança".

"Existe um risco de violência popular nas ruas como resultado" dos ataques, recomendando aos britânicos que ali se encontrem para evitar grandes manifestações e a manter-se a par dos desenvolvimentos.

O Reino Unido não possui representação diplomática neste país desde 2006, sendo responsável o embaixador britânico na Austrália.

Homens armados tentaram hoje matar José Ramos-Horta e Xanana Gusmão, em dois ataques concertados.

O ataque contra Ramos-Horta foi liderado pelo major Alfredo Reinado, que foi morto no incidente.

Ramos-Horta foi ferido a tiro e teve de ser submetido a uma intervenção cirúrgica no hospital militar australiano em Díli e foi transferido para uma unidade de cuidados intensivos do hospital de Darwin, Austrália, onde foi sujeito a uma segunda operação.

De acordo com um elemento da segurança do primeiro-ministro, o tenente Gastão Salsinha, um dos peticionários que abandonaram as forças armadas em 2006, comandou o ataque contra Xanana Gusmão, que saiu ileso.

As duas tentativas de assassínio foram ainda condenadas pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, o chefe do governo australiano e o presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono.

EL/RCS/JSD/ASP/BM.

Lusa/Fim

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