sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Comité Permanente da CPLP analisa situação timorense na terça-feira

Lisboa, 15 Fev (Lusa) - O Comité de Concertação Permanente da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai reunir-se terça-feira, 19 de Fevereiro, para analisar a situação em Timor-Leste, anunciou hoje o Secretariado Executivo do organismo.

A situação em Timor-Leste, após os atentados de segunda-feira contra o Presidente da República, José Ramos-Horta, gravemente ferido, e o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, que escapou ileso, será o único ponto na agenda da 58ª Reunião Extraordinária do Comité, adianta em comunicado o secretariado executivo, órgão liderado pelo embaixador cabo-verdiano Luís Fonseca.

A reunião está marcada para as 10:00, na sede da CPLP em Lisboa.

O Comité de Concertação Permanente integra um representante de cada um dos oito estados-membros, e é coordenado pelo representante do país que detém a presidência, actualmente a Guiné-Bissau.

Tem como principal atribuição coordenar as actividades da CPLP e supervisionar o funcionamento e desenvolvimento da organização, sendo as decisões tomadas por consenso.

Na sequência dos atentados, Luís Fonseca enviou mensagens de solidariedade aos gabinetes do Presidente timorense e do primeiro-ministro timorenses, repudiando os ataques de que foram alvo.

"O atentado é tanto mais condenável quanto é sabido que a não violência, o diálogo e o respeito pelos direitos do homem têm sempre norteado a vida e a acção política do dr. Ramos-Horta", afirmou então o secretário executivo da CPLP.

Além de Timor-Leste, a CPLP integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.

Esta semana, a presidência guineense da CPLP afirmou estar a acompanhar o evoluir da situação em Timor-Leste, admitindo o envio de uma missão diplomática aquele país.

O primeiro-ministro guineense, Martinho N'Dafa Cabi, disse ter falado com o Presidente guineense, João Bernardo "Nino" Vieira, também ele em tratamento médico no exterior, de quem recebeu indicações no sentido de apelar, em nome da CPLP, para o diálogo como única forma para a resolução de quaisquer conflitos entre os "irmãos timorenses".

José Ramos-Horta, na altura ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, foi o enviado especial da CPLP para a mediação de uma crise político-militar que assolou a Guiné-Bissau, em Setembro de 2003, com o golpe de Estado que derrubou Kumba Ialá da presidência guineense.

PDF/JSD/MB
Lusa/Fim

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