terça-feira, janeiro 08, 2008

Golkar pede fim de processos contra Suharto

SIC
Publicação: 07-01-2008 12:21 Última actualização: 08-01-2008 12:51

Antigo ditador indonésio enfrenta acusações de corrupção

O Golkar, principal partido político indonésio, pediu hoje que sejam abandonados os processos judiciais por corrupção visando o antigo ditador Suharto, hospitalizado em Jacarta aos 86 anos.


"Enviámos uma carta a diferentes instituições e personalidades, incluindo o procurador-geral e Presidente, pedindo o abandono de todos os processos judiciais contra Suharto", adiantou Theo Sambuaga, vice-presidente do Golkar.

O estado de saúde do antigo ditador encontra-se estacionário, depois de ter melhorado no último dia de uma crise que o deixou em estado crítico.

O Golkar, fundado por Suharto e que funcionou como a sua base de poder durante três décadas, mantém-se como principal força política indonésia.

Suharto, que abandonou o poder em 1998 sob pressão de manifestações de rua, tornou-se a determinado momento conhecido como o dirigente político mais corrupto do mundo, tendo acumulado, juntamente com a sua família, uma fortuna avaliada em 15 mil milhões de dólares.

Com Lusa

Suharto e a “Nova Ordem”

A invasão de Timor-Leste deu-se durante o domínio de Suharto. A Indonésia proclamou a anexação da então colónia portuguesa, a 17 de Junho de 1976. Foi também a contestação internacional à política de destruição e genocídio no território que ajudou a derrubar o ex-ditador.

Mohamed Suharto nasceu a 8 de Junho de 1921, em Kemusuk, na ilha de Java. Assumiu oficialmente a presidência da Indonésia em 1968 e manteve-se no poder durante três décadas. Inicialmente, conseguiu trazer ao arquipélago estabilidade política e crescimento económico, mas o regime autoritário acabou por contribuir também para um aumento da corrupção e, mais tarde, ao declínio financeiro.


Antes de ocupar o lugar de Presidente, foi líder do Governo durante dois anos. O escrutínio da Assembleia Consultiva Popular acabou por conduzi-lo à chefia de Estado e foi então que Suharto introduziu a “Nova Ordem”, política que pretendia revigorar a economia indonésia e que assentava na colaboração de economistas formados nos Estados Unidos. Nos Negócios Estrangeiros, desenvolve uma política anti-comunista e pró-ocidental.

À crise monetária em que a Indonésia mergulhou em 1997, respondeu com intransigência e resistiu aos apelos de reformas estruturais. A economia entra em recessão, o que viria também a ser um forte contributo para a queda de Suharto no ano seguinte. Em 1998, as manifestações anti-governamentais sucedem-se em Jacarta e noutras cidades do arquipélago. Muitos desses protestos transformam-se em motins. Suharto perde o apoio militar e a 21 de Maio acaba por resignar.

A contestação que derrubou Suharto trouxe também para a opinião pública escândalos de corrupção que envolviam o ex-ditador e a família, cuja fortuna chegou a ser avaliada em 15 mil milhões de dólares.

O Golkar, partido que Suharto fundou e que funcionou como a sua base de poder durante 30 anos, continua, no entanto, a ser a principal força política indonésia.

Antes da carreira política, Suharto teve um percurso militar com início na Segunda Guerra Mundial, no qual participou activamente da luta pela independência indonésia e que culminou, em 1960, quando atingiu a patente de major-general.

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