Jornal de Notícias
17.12.2007
O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, anunciou ontem que vai dar "apenas mais uma oportunidade" a Alfredo Reinado, depois de o major fugitivo não ter comparecido num encontro com a liderança timorense.
"Alfredo Reinado esquivou-se do encontro hoje [ontem]", declarou o primeiro-ministro timorense no Palácio do Governo, em Díli. "Ele pensa que é um herói e que manda em Timor", acrescentou Xanana Gusmão em tétum.
Xanana Gusmão deu uma curta conferência de imprensa às 12 horas locais, depois de ter esperado três horas por Alfredo Reinado no Palácio das Cinzas, sede da Presidência da República timorense.
O presidente José Ramos-Horta, o presidente do Parlamento Nacional, Fernando "La Sama" de Araújo, membros do Governo com a tutela da Defesa e Segurança e o coronel Lere Anan Timur, do Estado-Maior das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste, aguardaram toda a manhã por Alfredo Reinado.
Xanana Gusmão, numa declaração grave, ríspida e pausada, não escondeu o seu desagrado com a não comparência de Alfredo Reinado ao encontro de ontem. "Dou apenas mais uma oportunidade a Alfredo Reinado", sublinhou Xanana Gusmão.
O chefe do governo timorense explicou também que essa oportunidade "será a curto prazo" e que não está em causa a sua expectativa pessoal sobre as hipóteses de Alfredo Reinado aceitar o encontro.
"Não falo de esperança", explicou Xanana Gusmão sobre o tipo de iniciativa que pretende ter com o major fugitivo. "Eu não faço convites. Só para festas", comentou o primeiro-ministro. "Conheço Alfredo Reinado. Foi várias vezes a minha casa antes de ser preso em Becora", em Julho de 2006, recordou o primeiro-ministro e ex-chefe de Estado. "Alfredo é um homem que não mantém a sua palavra. Hoje diz uma coisa, amanhã diz outra", acusou Xanana Gusmão.
Disse o Xanana, actual PM e antigo PR:
ResponderEliminar"Alfredo Reinado esquivou-se do encontro". "Ele pensa que é um herói e que manda em Timor".
"Dou apenas mais uma oportunidade a Alfredo Reinado" essa oportunidade "será a curto prazo". "Não falo de esperança". "Eu não faço convites. Só para festas". "Conheço Alfredo Reinado. Foi várias vezes a minha casa antes de ser preso em Becora". "Alfredo é um homem que não mantém a sua palavra. Hoje diz uma coisa, amanhã diz outra".
Não é uma tristeza vir um ano e meio depois confessar que conspirou contra as forças armadas e o governo do seu país com um desqualificado, “um homem que não mantém a sua palavra. Hoje diz uma coisa, amanhã diz outra”? Depois desta lamentável confissão de impotência não está na hora de pedir desculpa à nação e resignar do cargo que por direito não lhe pertence? Eu acho que está.