Lusa - 12 de Novembro de 2007, 16:13
Díli - Timor-Leste decidiu escolher Portugal para dar formação de base às Forças Armadas", disse hoje à Agência Lusa o Presidente da República timorense, José Ramos-Horta.
"A opção tomada pelo comando das F-FDTL (Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste), e secundada pelo governo e pela Presidência, é a de privilegiar Portugal na formação de nível básico", declarou o chefe de Estado, em entrevista à Lusa antes da visita oficial a Portugal, que começa quarta-feira.
A formação das Forças Armadas a nível mais especializado será assegurada pela Austrália, acrescentou José Ramos-Horta.
Trata-se de uma opção que concretiza, a partir de 2008, as orientações estratégicas do caderno "2020" para o futuro das Forças Armadas timorenses, sublinhou o Presidente da República.
De Portugal, Timor-Leste pretende também o apoio no desenvolvimento de uma força marítima, a partir da componente naval já existente.
"É algo importante para os vitais de Timor-Leste nas suas águas territoriais e na Zona Económica Exclusiva", disse.
Portugal doou duas lanchas a Timor-Leste há sete anos, "que foram reparadas agora em estaleiros indonésios, em Samatra, com um custo muito elevado", adiantou o Presidente da República.
"Devido à falta de atenção do anterior governo, volta e meia não havia combustível, ou não havia manutenção por falta de estaleiro local", explicou Ramos-Horta.
"Estamos em vias de adquirir outro equipamento e Portugal pode dar um apoio bastante grande em formação, não apenas operacional, mas de gestão logística", explicou José Ramos-Horta.
No centro da "agenda carregada" do chefe de Estado em Portugal estão questões de Defesa, o que é confirmado com a composição da delegação presidencial.
Uma "guarda-avançada" chegou sábado a Lisboa, incluindo o chefe da Casa Militar do Presidente, tenente-coronel João Miranda Descart "Aluc", o ex-ministro da Defesa Roque Rodrigues e o ex-ministro do Interior Alcino Baris.
Estes dois ex-governantes integram o Conselho Superior de Defesa e Segurança timorense e, como sublinhou José ramos-Horta, "trabalham na Presidência" no âmbito da reforma do sector de Segurança.
"É do interesse dos países vizinhos que o Mar de Timor não seja um mar infestado de pirataria", respondeu José Ramos-Horta, quando questionado pela Lusa sobre a política australiana sobre a componente naval de Timor-Leste.
"A Austrália e a Nova Zelândia, em 2000 e 2001, não achavam que Timor-Leste tivesse necessidade de uma componente naval", recordou o chefe de Estado timorense. "Eu, na altura, participei da discussão e foi essa intervenção que mudou o curso do debate".
"Temos que (fazer) prevalecer os nossos direitos e as nossas obrigações", frisou o Presidente da República.
"Não tendo guarda costeira, Timor-Leste não poderia contribuir para que o Mar de Timor seja livre de pirataria e tráfico humano ou de drogas para a Austrália", referiu.
O Presidente da República timorense visita Portugal a partir quarta-feira, a primeira enquanto chefe de Estado, depois de uma paragem em Singapura em visita privada.
O programa oficial da visita a Portugal é de três dias mas José Ramos-Horta estará no país até domingo, antes de viajar para Madrid, Espanha.
PRM-Lusa/fim
NOTA DE RODAPÉ:
"A formação das Forças Armadas a nível mais especializado será assegurada pela Austrália, acrescentou José Ramos-Horta. "
Portugal vai dar a recruta?...
""Devido à falta de atenção do anterior governo, volta e meia não havia combustível, ou não havia manutenção por falta de estaleiro local", explicou Ramos-Horta."
ResponderEliminarFiel ao seu estilo habitual, RH inventa histórias para, mais uma vez, denegrir o "anterior" Governo, que toda a gente já adivinha qual é.
Mas a realidade é muito diferente do que nos conta RH: as lanchas ficaram danificadas por causa do maremoto/tsunami que varreu a baía de Dili.
Apenas isso.