Jornal Nacional Semanário - 17 de Novembro de 2007
O Vice Primeiro-Ministro, José Luís Guterres, garante que o Governo indonésio fará esforços para indicar e identificar os túmulos dos jovens que tombaram no dia 12 de Novembro de 1991, um assunto discutido entre os dois países.
José Luís Guterres falou sobre o assunto aos jornalistas no cemitério de Santa Cruz, segunda-feira (12/11), na comemoração do 16º aniversário do massacre de Santa Cruz.
Salientou que a recomendação apresentada pelo coordenador das vítimas de 12 de Novembro, Gregório Saldanha, devia ser entregue ao Governo indonésio através do seu embaixador em Timor-Leste, mas, porque o embaixador não marcou presença, o documento será enviado por outra via.
Garantiu que, como implementação desse pedido, já na altura do primeiro Governo Constitucional fez um pedido para localizar as vítimas desaparecidas, incluindo o Presidente Nicolau Lobato, Mau Hudu e outros, portanto vai-se dar agora continuação aos esforços do Governo anterior.
«O esforço foi feito pelo Governo anterior e o actual Governo vai continuá-lo, para podermos encontrar os túmulos dos nossos jovens, rapazes e raparigas. Tenho esperança que o Governo indonésio hoje em dia está numa era de democracia e respeito pelos direitos humanos, portanto vai fazer também os seus esforços», explicou.
Questionado sobre a necessidade de um tribunal internacional, José Luís Guterres respondeu que essa instituição não será estabelecida por Timor-Leste e pela Indonésia mas é da competência do Conselho de Segurança das Nações Unidas e que, apesar de esse processo ter sido falado várias vezes, a opção deste Governo é continuar os seus esforços na Comissão de Verdade e Amizade (CVA), criada em conjunto com a Indonésia, que apresentará o seu relatório ao nosso Parlamento Nacional e depois se verá.
José Luís Guterres explicou que, porque os dois países são amigos, de sistema democrático, e por todos desejarem respeitar os direitos humanos, tem esperança de que a cooperação entre os dois Governos poderá solucionar os problemas do passado ainda por resolver e identificar o local onde foram enterrados os nossos jovens vítimas da tragédia.
Em relação à possibilidade de os governos indonésio e timorense decidirem apresentar o relatório da CVA à ONU, José Luís explicou que ainda não há uma decisão final. «Após concluído, será entregue ao Parlamento Nacional e depois como Estados os dois países sentar-se-ão juntos para decidirem o melhor meio, a fim de garantir a soberania e a independência de Timor-Leste e reforçar a amizade com a Indonésia.» Afirma que não se vai esquecer a justiça para as vítimas.
«A justiça consta na nossa Constituição, portanto é dever de qualquer Governo, desde o anterior, actual ou futuro Governo, a defesa da justiça e da verdade», concluiu.
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