TSF - 15 de Novembro 07 - 16:24
O modelo da GNR é o melhor para a futura polícia de Timor-Leste, afirmou esta quinta, em Lisboa, o Presidente timorense, Ramos-Horta, defendendo um «papel central» de Portugal na reforma das forças de segurança, da educação e da justiça timorenses.
Em Lisboa, Ramos-Horta afirmou que considera que «Portugal tem um papel central na área da justiça e educação», áreas onde o governo timorense «continua a privilegiar a cooperação com Portugal».
José Ramos-Horta iniciou hoje o primeiro dia de uma visita oficial a Portugal, tendo no topo da agenda a defesa e educação, áreas onde pretende garantir a cooperação portuguesa.
«A questão da reforma da polícia é crucial para estabilização do país e para não estarmos dependentes de outros. Nesta questão, Portugal é crucial», afirmou o chefe de Estado.
O Presidente timorense disse que «o actual governo liderado por Xanana Gusmão prevê algumas reformas, eliminando unidades existentes que só fazem esbanjar recursos, juntando-as numa só, que será treinada pela GNR».
«Acreditamos que o modelo da GNR é o melhor para Timor-Leste», acrescentou.
Quanto à justiça, Ramos-Horta disse que Timor-Leste vai precisar nos próximos anos de mais juízes, defensores públicos e funcionários judiciais, entre outros, e afirmou que também nessa matéria Portugal tem um papel importante.
O Presidente timorense destacou ainda a sua primeira visita a Portugal enquanto chefe de Estado, afirmando que é um sinal do seu agradecimento «ao Estado e ao povo por todo o apoio concedido» a Timor-Leste, sobretudo «depois da crise em 2006».
«Portugal foi um dos países a quem recorremos para evitar o pior. As forças armadas e a polícia estavam divididas. Quem estava no poder na altura, e com o meu apoio, decidiu por bem engolir o orgulho e pedir ajuda internacional. Os outros (Austrália e Nova Zelândia) estavam perto, mas Portugal veio de muito longe», sublinhou.
Relativamente à actual situação em Timor-Leste, o chefe de Estado disse que está «mais calma», mas ainda necessita da ajuda internacional.
Díli, que foi o palco dos problemas, está hoje muito mais pacificado. Os dois distritos mais difíceis, Baucau e Viqueque, também estão mais calmos.
Mesmo assim, para Ramos-Horta, Timor-Leste ainda vai precisar da ajuda internacional «por mais uns anos». «Enquanto não estiver seguro de que a nossa polícia está reorganizada, não posso em consciência dizer que já não preciso das forças internacionais», afirmou.
O presidente timorense falava aos jornalistas no final de um pequeno-almoço com o bispo Carlos Ximenes Belo, com quem partilhou o prémio Nobel da Paz em 1996.
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