Blog Timor Lorosae Nação - Quinta-feira, 1 de Novembro de 2007
Alfredo Ximenes
Quem não deve não teme nem precisa de ISFs
A presença dos militares australianos em Timor-Leste há muito que passou de presença amiga a presença incomodativa, indesejada, excessivamente “nervosa ou medricas” que por dá cá aquela palha dispararam e matam.
Há quem diga que eles procedem assim porque é esse o tipo de instrução que lhes dão para enfrentarem teatro de guerra. Compreende-se.
Compreende-se que os militares reajam assim porque assim foram treinados, não se compreende que estejam presentes em Timor-Leste. Aqui não há teatro de guerra!
Defendem as mais altas individualidades de Timor, Horta e Xanana, que a presença das ISF é útil. Pois, em tempos também os timorenses assim julgaram…
Presentemente chega-se há triste conclusão de que só nos estão a matar e ferir aos pouquinhos, para além de, compreensivelmente, nos fazerem sentir que são uma força de ocupação, repressora que nem kopassus!
A arrogância do comandante australiano, Hutcheson, deixa perceber que este não é o nosso país.
As atitudes dos militares que operam sobre as suas ordens ainda o deixam perceber muito mais.
Verdade é que os timorenses já há muito que não vêem a presença dos militares australianos com bons olhos. Hoje, isso, está uma vez mais agravado, devido aos incidentes de ontem em Comoro.
A versão que o comando australiano divulgou também não ajuda a melhorar a situação. Em todos os casos verifica-se uma desculpabilização pretensamente justificativa das suas acções violentas e desproporcionada. Em todos os casos têm cultivado a inverdade, deturpando os acontecimentos como mais e melhor lhes convém.
Testemunhas oculares afirmam que houve mais de um disparo e mais do que um ferido, assim como salientam que ninguém ameaçou com rama ambon, como eles alegam.
Esta é uma situação que urge ser tomada em consideração pelas mais altas instâncias timorenses.
Se temos um PM que anda a fiscalizar geradores em vez de responsabilizar o ministro da tutela na resolução do assunto, torna-se estranho que esse mesmo PM não exija explicações pormenorizadas, inquirindo ambas as partes, e não torne pública a sua censura e repreensão pelos actos injustificáveis e selváticos até agora cometidos pelos australianos das ISF contra os timorenses.
Diz-se que eles estão cá para guardar as costas do PM e do PR… Pois, quem não deve não teme, não precisando que lhe guardem as costas.
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