Notícias Lusófonas
15.11.2007
Apenas cerca de 20 peticionários, dos quase 600 que foram exonerados das Forças Armadas em 2006, estiveram hoje em Aileu, a sul de Díli, para ouvir o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão.
"É um número muito pequeno mas significativo para começar o processo de diálogo, construir confiança e estabelecer pontos de comunicação", disse o assessor do primeiro-ministro para a Sociedade Civil, Joaquim Fonseca.
Xanana Gusmão chegou a Aileu ao princípio da manhã (cerca das 00:00 de quinta-feira em Lisboa) e falou durante uma hora com os peticionários.
O primeiro-ministro desceu depois à capital.
O segundo dia de diálogo com o grupo, que poderia ocorrer amanhã, foi cancelado, dada a reduzida adesão dos peticionários à iniciativa de Xanana Gusmão.
Na terça-feira, o chefe do Governo disse que o encontro de hoje não pretendia ser "um diálogo dos peticionários com o governo".
"O governo vai ser apenas o facilitador do encontro para um diálogo entre os peticionários e as Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste", explicou o primeiro-ministro.
Da agenda da conversa fizeram parte vários aspectos da situação dos peticionários, incluindo "muitos aspectos de assistência social", segundo Xanana Gusmão.
No encontro de Aileu participou o major Tara Alves, "não como representante dos peticionários mas apenas como uma ponte entre os ex-militares e o primeiro-ministro", segundo Joaquim Fonseca.
Em Aileu não esteve o tenente Gastão Salsinha, "que se juntou ao major Alfredo Reinado", explicou o assessor do primeiro-ministro.
"O próximo passo será enquadrar os peticionários e ver como se pode falar com eles todos, que estão espalhados no país", afirmou Joaquim Fonseca.
Um grupo de militares das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), alegando ser alvo de discriminação no seio da instituição, apresentou uma petição ao Presidente da República e ao chefe do Estado-Maior, a 9 de Janeiro de 2006.
A 17 de Fevereiro de 2006, os peticionários abandonaram os quartéis e a 16 de Março foi anunciada a exoneração de 594 militares, com data efectiva de 1 de Março.
Uma manifestação dos peticionários, em Abril, desencadeou a crise política e militar que terminou com a queda do I Governo Constitucional.
NOTA DE RODAPÉ:
Mais um fiasco, deste Governo...
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