Jornal Nacional Semanário - 27 Outubro 2007
Mário Viegas Carrascalão devia transmitir as boas ideias ao Primeiro-Ministro, Kay Rala Xanana Gusmão, relativamente à resolução do problema dos IDPs ou dos deslocados, em vez de declarar que, caso fosse Primeiro-Ministro, o problema dos deslocados já teria sido resolvido.
Esta questão foi apresentada pelo Vice-Chefe da bancada FRETILIN, Francisco Miranda Branco, ao Jornal Nacional Diário, na segunda-feira, no dia 22 de Outubro, no Parlamento Nacional.
Segundo Branco, a declaração de Mário Viegas Carrascalão, significa que o Governo liderado pelo CNRT e pelos seus aliados não é sólido, pois há diferenças de opinião.
O que devia acontecer era Mário Viegas Carrascalão transmitir as suas ideias ao Primeiro-Ministro, Kay Rala Xanana Gusmão, para que este resolvesse o problema dos deslocados e da Nação. Por outro lado, se há ideias contraditórias entre eles, isto significa que há diferenças políticas entre eles.
Salientou ainda que a declaração de Mário Viegas Carrascalão demonstra a divisão ou a contradição existente entre os próprios membros da AMP e significa que há conflitos de interesses entre o CNRT e os seus aliados, que formaram o Governo de facto AM, porque o problema dos deslocados será resolvido segundo o programa do Governo.
«As ideias contraditórias dentro da AMP surgiram aquando da aprovação do orçamento Geral do Estado para o período de transição. Nessa altura, Mário Carrascalão afirmou que a eleição antecipada era o único meio para se resolver a situação actual. Mário Carrascalão é líder do PSD e integra o actual Governo, mas afirmou que se fosse Primeiro-Ministro resolveria o problema dos deslocados, o que demonstra uma diferença de ideias» afirmou Branco.
Na mesma oportunidade, o Chefe da Bancada da Associação Social Democrática Timorense (ASDT), no Parlamento Nacional, José Manuel Carrascalão, afirmou que da sua parte não acredita nesta declaração. É impossível, no tempo da transição, num prazo tão curto, resolver o problema dos deslocados, visto ser um problema tão complicado. O problema dos deslocados não é só a questão da alimentação e da habitação, há também a questão da segurança.
«Não acredito que, neste período de transição, o Governo consiga resolver o problema da segurança em todo o território de Timor-Leste, só se acontecesse um milagre», concluiu José Manuel.
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