sexta-feira, setembro 14, 2007

Partido timorense mostra preocupação com língua portuguesa

13-09-2007 21:43:01

Díli, 13 Set (Lusa) - A Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (Fretilin) afirma estar "muito preocupada" com a política de língua oficial do governo timorense e "não entende o apoio" português ao Executivo de Xanana Gusmão, afirmou à Agência Lusa o presidente do maior partido da oposição, Francisco Guterres "Lu Olo".

"Preocupa-me bastante a questão da língua oficial", disse o líder da Fretilin e ex-presidente do Parlamento, em relação à apresentação em plenário do programa do Quarto Governo Constitucional.

"Nós temos essa língua oficial portuguesa que faz parte da nossa identidade e agora o governo vai reequacionar as línguas oficiais", disse Guterres durante a abertura do programa de governo sobre o "reequacionamento" das línguas oficiais no país.

"Quero saber exatamente o que significa reequacionamento e vamos levantar essa questão" no Parlamento, disse Francisco Guterres "Lu Olo", que assistiu ao debate sobre o programa de governo na bancada dos convidados.

De acordo com Guterres, "Portugal deu mais um valor de US$ 60 milhões ou US$ 70 milhões (R$ 114 milhões a R$ 133 milhões) ao Timor Leste", referindo-se à assinatura do Programa Indicativo de Cooperação durante a visita do vice-ministro português das Relações Exteriores e Cooperação português, João Gomes Cravinho.

"Para que vão servir esses milhões? O âmbito da cooperação que Portugal e o Timor Leste têm fundamenta-se no ensino da língua", disse o líder da Fretilin.

"Estão aqui muitos professores portugueses e brasileiros. Eu tenho consciência de que Portugal tem o dever moral de ajudar o Timor Leste, mas nós devemos ser persistentes também", afirmou.

Portugal

O governo português não tem qualquer indicação de que a língua portuguesa esteja sendo "reequacionada" no Timor Leste, afirmou o secretário de Estado das Relações Exteriores e da Cooperação, João Gomes Cravinho.

"Não quero entrar em polêmicas de política interna do Timor Leste. Estive lá na semana passada, falei com as autoridades e a questão da língua portuguesa nunca foi colocada como um ponto de interrogação", disse em entrevista à Agência Lusa. "Não tenho absolutamente nenhuma indicação desse reequacionamento em relação ao papel da língua portuguesa, muito pelo contrário".

Segundo Cravinho, nas conversas que manteve com o premiê timorense, Xanana Gusmão, "houve concordância quanto à necessidade de reforçar o apoio à língua portuguesa".

"Portugal já investiu cerca de US$ 390 milhões (R$ 741 milhões) no apoio ao Timor Leste desde 2000. Estamos em primeiro lugar como doadores. Julgo que foi um dinheiro extremamente bem investido e sinto um enorme carinho e satisfação da parte do povo timorense por esse apoio da cooperação portuguesa”, disse o vice-ministro.

Cravinho também afirmou que o relacionamento de Portugal com o novo governo timorense "é excelente". "Não devemos olhar para estas mudanças naturais no ciclo político dos países como sendo algo que afeta as relações profundas Estado a Estado", disse o vice-ministro.

4 comentários:

  1. Não percebo porque a Lusa insiste em designar João Cravinho de "vice-ministro", quando na realidade ele é Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação.

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  2. Grande Cravinho! Gostei muito das suas declaracoes.

    Afinal o que a Fretilin quer e' que o governo Portugues lute pela Fretilin pondo em causa a relacao entre os dois estados?

    Tirem o cavalinho da chuva e nao pensem que Portugal va entrar nas vossas politiquices internas.

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  3. Se a nova liderança timorense não quer a lingua portuguesa, se entende que não lhes faz falta saber português pois então que o digam com clareza, pois certamente que Portugal e o Brasil terão e saberão bem onde gastar os elevados recursos que estão a despeder naquele país asiático!
    Se querem ajuda pois aqui estamos para o que for preciso. Se não querem pois passem muito bem, amigos como dantes, vamos acudir a outras necessidades e a quem quer efectivamente aprender português.
    Deixem de agir é à Javanesa: dizer uma coisa e fazer outra...ou fazer uma coisa com reserva mental...
    Para quem não diz a verdade não há nem paciência nem tempo!

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  4. Caro h correio,
    O problema é que esta notícia aqui publicada (aliás de duas notícias diferentes da Lusa), foram alteradas para português do Brasil... mantendo a referência à Lusa, o que não me parece muito correcto.

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