quarta-feira, setembro 05, 2007

ONU poderá ficar mais cinco anos em Timor-Leste

Público, 05.09.2007
Jorge Heitor

A Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (Unmit), criada em Agosto do ano passado para ajudar a restaurar a estabilidade no país, poderá vir a ser prorrogada no próximo mês de Fevereiro, pois o respectivo chefe, Atul Khare, entende que serão necessários mais três a cinco anos para reestruturar a polícia nacional, remodelar o sector da segurança e permitir que a democracia se consolide, conforme explicou esta semana em conferência de imprensa.

O Presidente José Ramos-Horta solicitara segunda-feira à ONU que ficasse no país até 2012 e pedira à Austrália, que tem a seu cargo uma Força Internacional de Estabilização que partilha com a Nova Zelândia, que se mantivesse ali até 2008. Isto quando o Conselho de Segurança se prepara para, na próxima semana, debater mais um relatório da Unmit sobre a frágil situação timorense.

Entretanto, o primeiro-ministro Xanana Gusmão pediu ao chefe cessante do estado australiano de Victoria, Steve Bracks, que o ajude, como conselheiro, a impedir que Timor-Leste se torne um Estado falhado, contribuindo para colocar em funcionamento uma administração que possa garantir os serviços básicos e gerar muitos mais novos postos de trabalho.

Bracks, um católico de ascendência libanesa, por o avô paterno ser natural do vale de Beqaa, declarou à imprensa australiana que a sua meta, como conselheiro especial de Xanana, vai ser combater "uma crescente cultura de corrupção", controlando rigorosamente a atribuição de contratos para obras públicas e as nomeações para vários cargos.

Este trabalhista de 52 anos era desde 1999 o primeiro-ministro do estado de Victoria, cargo que subitamente abandonou para "estar mais tempo com a família" e, também, ajudar Xanana, com o qual regularmente se tem reunido durante os últimos anos.

Steve Bracks vai passar os próximos meses a viajar entre Melbourne e Díli, para ajudar Xanana Gusmão a governar.

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