quarta-feira, setembro 12, 2007

CPLP: FAO quer ajuda de Portugal para segurança alimentar

Diário Digital / Lusa
11-09-2007 13:44:00

A Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação (FAO) pediu hoje a Portugal e Brasil para que participem directamente no apoio à segurança alimentar na África lusófona e Timor-Leste.
A iniciativa foi hoje proposta em Lisboa pelo director-geral da FAO, Jacques Diouf, numa reunião com o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Luís Fonseca.

«Esperamos que, com o apoio do secretariado da CPLP e dos países que têm mais recursos, não só financeiros, mas também humanos e técnicos - Portugal e Brasil - seja possível termos uma cooperação trilateral entre CPLP, FAO e cada um destes países a favor dos países africanos da CPLP e Timor-Leste», afirmou hoje à imprensa Jacques Diouf, à saída da reunião.

«Queremos aumentar e reforçar a cooperação na África lusófona e já temos muitos projectos, o problema é que se fazem com recursos e com assistência técnica que vêm de fora da CPLP», adiantou o director-geral da agência das Nações Unidas para combate à fome e promoção da segurança alimentar.

O Projecto de Cooperação Técnica, assinado em 2006, contempla um investimento da FAO na ordem de 257 mil dólares (186.000 euros) para projectos nos estados-membros da CPLP.

Luís Fonseca, da CPLP, frisou que «é possível desenvolver muito mais» a cooperação com a FAO no espaço lusófono, em particular através do «aproveitamento das potencialidades existentes nos nossos próprios países, particularmente Brasil e Portugal».

Em perspectiva, para já, está uma extensão da declaração de intenções entre a FAO e os governos brasileiro, angolano, cabo-verdiano e moçambicano para colaboração em projectos, com base na experiência brasileira do Programa Nacional de Alimentação Escolar.

Outros projectos em análise são a formação e capacitação dos estados membros da CPLP na área do micro-financiamento agrário e promoção de políticas agrárias, programas e projectos de investimento e de cooperação técnica na agricultura, silvicultura e pecuária.

Para Luís Fonseca, ainda não são visíveis os resultados da cooperação entre a CPLP e a FAO, mas a base está criada.

«O balanço [da cooperação] é modesto porque não tem havido suficientes recursos para cooperação multilateral no âmbito da CPLP com a participação da FAO», afirmou.

Com a assinatura de um acordo técnico no ano passado, que será em breve sujeito a uma avaliação numa reunião em Cabo Verde, ficam abertas «novas perspectivas de cooperação», defendeu o secretário-executivo da CPLP.

Em perspectiva está ainda a abertura de uma delegação da FAO em Lisboa, defendida pela CPLP e pelo governo português, mas, segundo Jacques Diouf, «há que discutir as condições de realização».

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