Lusa - 2 de Agosto de 2007, 14:18
Díli - O Presidente da República, José Ramos-Horta, anunciou hoje à noite (princípio da tarde em Lisboa) que tomará uma decisão sobre o novo governo apenas na próxima semana.
Numa comunicação ao país através da televisão pública TVTL, o chefe de Estado anunciou que vai aguardar até segunda-feira para tomar uma decisão final sobre o IV Governo Constitucional.
No seguimento da comunicação oficial, a TVTL emendou para "terça-feira" o dia provável do anúncio pelo Presidente da República.
A Fretilin, vencedora das eleições sem maioria absoluta, e a Aliança para Maioria Parlamentar, que reúne os quatro maiores partidos da oposição, não conseguiram chegar ainda a acordo para a formação de um governo de grande inclusão, como proposto pelo chefe de Estado timorense.
PRM-Lusa/Fim
Caro Malai Azul,
ResponderEliminarA atual situação política em Timor faz recordar as eleições parlamentares alemãs de 2005.
Naquelas legislativas, o Partido Social Democrata (SPD), do então chanceler Gerhard Schröder, obteve a maioria (34,2%) dos votos, mas não conseguiu indicar o Primeiro Ministro. Após um eficiente trabalho de convencimento e costura de acordos, foi a União Democrata Cristã (CDU), que havia obtido apenas 27,8% dos votos, quem conseguiu indicar Angela Merkel para chefiar um novo governo.
O Partido Social Democrata (SPD) reconheceu a sua derrota política, mesmo tendo sido o partido mais votado. Porém foi esperto o bastante para formar uma coalizão com a União Democrata Cristã (CDU), indicando 9 dos 17 ministros. Com esse número, o SPD conseguiu a maioria dos votos no Conselho de Ministros e, mesmo não sendo o partido do Primeiro-Ministro, manteve muitos dos seus poderes sobre as decisões governamentais em uma coalisão chefiada pela CDU.
Essa engenharia alemã pode servir de exemplo à FRETILIN... Mais importante que um Primeiro Ministro independente/neutro, com dois Vice-Primeiros Ministros (um da FRETILIN e outro da AMP) – o que poderia imobilizar o Governo – seria a FRETILIN dar a Xanana a chefia do Governo, conservando, porém, o maior número de assentos no Conselho de Ministros (onde as coisas são realmente decididas).
Cordial abraço,
Malai Brasileiro
Fretilin pára Parlamento se não entrar no governo
ResponderEliminarJornalde Notícias, 03/08/07
A Fretilin decidiu bloquear o funcionamento do Parlamento timorense, a que chamou "lock-out", como "arma" para obrigar à formação de um governo escolhido por consenso com a oposição, anunciou ontem em Díli o secretário-geral do partido
Em conferência de Imprensa na sua residência, Mari Alkatiri explicou que a decisão de bloquear as sessões do plenário foi tomada quarta-feira à tarde, após o presidente da República, José Ramos-Horta, ter anunciado à direcção da Fretilin a intenção de convidar a Aliança para Maioria Parlamentar (AMP) a formar o novo governo. Alkatiri explicou que a última proposta do seu partido é um governo chefiado por um independente, com dois vice-primeiro-ministros, um escolhido pela Fretilin e outro pelos partidos da oposição. O ex-primeiro-ministro afirmou que "nada vai funcionar no país" se não houver acordo sobre esta questão, porque o "lock-out" do Parlamento terá como consequência a falta de um Orçamento de Estado e a paralisação a curto prazo das instituições públicas, incluindo a Polícia e as Forças Armadas.
Em face de toda a polémica gerada, o presidente da República anunciou que tomará uma decisão sobre o novo governo apenas na próxima semana. Numa comunicação ao país através da televisão pública TVTL, Ramos-Horta anunciou que vai aguardar até segunda-feira para tomar uma decisão final. No seguimento da comunicação oficial, a TVTL emendou para "terça-feira" o dia provável do anúncio pelo presidente da República. Entretanto, o presidente do PSD de Timor-Leste, Mário Viegas Carrascação, anunciou que decidiu afastar-se de um possível governo formado pela AMP, de que o seu partido faz parte. Na mesma conferência de Imprensa, os líderes do PSD e de outros partidos da AMP declararam que rejeitam a proposta da Fretilin para um governo com um primeiro-ministro independente.
http://jn.sapo.pt/2007/08/03/mundo/fretilin_para_parlamento_nao_entrar_.html
Prezado colega Malai Brasileiro:
ResponderEliminarIsso que referiu está muito certo, mas só é possível com pessoas de boa vontade. Repare que a Fretilin já seguiu o seu conselho, quando Mari Alkatiri recusou ser 1º Ministro. Depois, a Fretilin disse que até aceitava um 1º Ministro independente, que não fosse do partido (recordo que já tinha acontecido o mesmo quando a Fretilin aceitou RH como PM do 2º Governo).
Porém, mesmo assim Xanana manteve-se irredutível. Não aceita um PM que não seja da AMP (ele próprio), nem sequer um independente (aquilo que ele próprio impôs à Fretilin quando era Presidente). Para além disso, nem pensar em mais de metade dos ministros serem da Fretilin!!!! A avaliar pela composição da mesa do PN, nem unzinho terá direito de integrar o Governo.
Portanto, qualquer semelhança entre os dois países é pura coincidência.
O malai Brasileiro está enganado pois quem ganhou essas eleições alemãs foi mesmo a Merkel. Com efeito a CDU teve 35,2% dos votos, obtendo 225 cadeiras, e o Partido Social-Democrata (SPD), liderado pelo Schroeder, conseguiu 34,3% (222 cadeiras).
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